Política

Boulos sobe o tom de críticas contra Nunes após nova ausência em debate: ‘São Paulo despreza covarde’

Candidato do PSOL anunciou que, diante da sinalização de Nunes que também não irá ao próximo debate, programado para sexta-feira 18, ele irá promover, no horário previsto para o evento, um “debate com o povo”, em frente ao Theatro Municipal

Boulos sobe o tom de críticas contra Nunes após nova ausência em debate: ‘São Paulo despreza covarde’
Boulos sobe o tom de críticas contra Nunes após nova ausência em debate: ‘São Paulo despreza covarde’
Boulos e Nunes disputam o segundo turno em SP Fotos: Leandro Paiva/Flickr Boulos; e Divulgação/Flickr Ricardo Nunes
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O candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, criticou duramente seu adversário no segundo turno, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que cancelou participação em debate organizado pela Rede TV, pelo UOL e pela Folha de S. Paulo na manhã desta quinta-feira 17.

Com a ausência de Nunes, o debate foi transformado em sabatina do psolista. Boulos subiu, então, o tom contra a postura do rival: “São Paulo despreza covarde. E eu tenho certeza que esse recado vai vir nas urnas no dia 27”, disse, em referência à data marcada para a votação em segundo turno.

Nunes tinha chegado a confirmar presença no encontro, mas sua equipe entrou em contato com os organizadores no início da madrugada de quinta informando o cancelamento, sob alegação de que ele se reuniria com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para elaboração de um plano diante do risco de novas chuvas fortes nos próximos dias.

“É lamentável, inclusive, ele se esconder debaixo da saia do Tarcísio, o que mostra que meu adversário nessa campanha não é o Ricardo Nunes. Ricardo Nunes é um fantoche, que representa interesses políticos de um projeto do governador, que quer ter sua base aqui na capital para usar de trampolim. Para deixar o governo e tentar a presidência”, disparou Boulos.

Uma das apresentadoras do debate – agora sabatina –, a jornalista Amanda Klein, da Rede TV, destacou que “o estafe do candidato já havia considerado participação no debate, inclusive assinando previamente o acordo com os regramentos do evento, e participando do sorteio que definiu a ordem dos púlpitos no estúdio e da participação dos candidatos”.

“Nós lamentamos profundamente que, após mais de uma semana de negociação com as campanhas, Nunes não tenha encontrado, na agenda do governador Tarcísio de Freitas, um horário diferente deste aqui, que já estava marcado com ele”, complementou Fabíola Cidral, do UOL.

Debate com o povo

Boulos lembrou que outro debate estava programado para esta sexta-feira 18, organizado pelo SBT. Com antecedência, Nunes descartou presença. O psolista, então, convocou a população para participação no que chamou de “debate com o povo”, que pretende realizar às 10h de sexta nas escadarias Theatro Municipal, no Centro da cidade. Ele promete responder a perguntas de cidadãos.

“Mais uma vez o Ricardo Nunes fugiu. Ele já havia, durante três anos e meio, fugido das responsabilidades de prefeito, só veio trabalhar no tempo de eleição. Nesta semana, fugiu das responsabilidades dele em relação ao apagão, jogando sempre para os outros, nunca assumindo seus erros. E hoje, foge do debate porque tem medo de debater ideias”, disparou.

O apagão, aliás, deu tom da sabatina. Logo na primeira pergunta, Fabíola Cidral citou entrevista do presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, que disse que a crise já está superada – apesar de 36 mil pessoas seguirem sem energia até a manhã desta quinta.

“A crise de apagões só vai acabar quando tirarmos a Enel daqui e o Ricardo Nunes da prefeitura”, disse o psolista. “A Enel é uma péssima empresa e eu, como prefeito, a partir do ano que vem, vou trabalhar dia e noite para tirá-la de São Paulo”, garantiu o candidato.

Boulos reforçou as propostas apresentadas nesta semana para enfrentamento das emergências climáticas, destacando a importância do monitoramento das condições das árvores mais vulneráveis.

Pesquisas eleitorais

Perguntado sobre a desvantagem nas intenções de votos na comparação com Nunes, identificada por diferentes institutos de pesquisa, Boulos afirmou que está confiante na virada, especialmente após as “fugas” de debates. Ele disse que conta com os votos de eleitores que, no primeiro turno, escolheram Pablo Marçal (PRTB).

“São pessoas que construiram seu caminho para tentar prosperar do seu jeito, e estamos dialogando com essas pessoas. Com taxistas, motoristas de Uber, pequenos comerciantes, com a mulher que abriu seu salão na periferia. Estamos construindo diálogo e proposta para estas pessoas. Acredito muito que daqui até a votação no segundo turno a gente vai conseguir crescer nesses segmentos. Quem votou no Marçal, votou pela mudança, não pela continuidade”, pontuou.

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