Do Micro Ao Macro
Aumento no engajamento reduz a rotatividade de trabalhadores, diz pesquisa
Estudo revela impacto do aumento de engajamento no turnover e identifica talentos com maior tendência a desligamento


Um estudo realizado pela HRtech Dialog analisou a relação entre engajamento e a rotatividade em empresas dos setores de Agronegócio e Varejo.
O estudo mostra que, com um aumento de 10% no engajamento dos funcionários, a rotatividade pode ser reduzida em até 5,72%.
Além disso, a pesquisa usou Inteligência Artificial para realizar uma análise preditiva. Com essa ferramenta, foi possível identificar quais funcionários têm maior probabilidade de desligamento, permitindo ações preventivas.
Impacto financeiro e desengajamento
O desengajamento dos funcionários pode trazer altos custos para as empresas.
Isso acontece porque a substituição de trabalhadores envolve gastos significativos, como rescisões e a busca por novos talentos.
Segundo a consultoria Robert Half, o custo de substituição de um funcionário pode chegar a até oito salários. Esses custos incluem tanto as verbas rescisórias quanto os impactos operacionais gerados pela ausência temporária de um trabalhador.
Além disso, o estudo da Gallup de 2024 revelou que 69% dos trabalhadores brasileiros não estão engajados em seus empregos. Esse dado reforça a necessidade de atenção à comunicação interna para reduzir a rotatividade.
“O engajamento dos funcionários só sofrerá alterações positivas se as empresas investirem em estratégias e plataformas de Comunicação Interna. É por meio da comunicação inteligente que as companhias conseguem se conectar às pessoas – e é essa conexão que estimula uma participação cada vez mais ativa dos profissionais envolvidos”, afirmou o CEO da Dialog, Hugo Godinho.
Agronegócio e Varejo: setores com desafios maiores
No Agronegócio, o estudo revelou que um aumento no engajamento dos trabalhadores resultou em uma redução de 5,72% na rotatividade em apenas um mês.
Por outro lado, no setor de Varejo, a redução da rotatividade variou de 3,74% a 5,22% ao longo de três meses.
Esses dados mostram que empresas desses setores enfrentam desafios específicos, como a dispersão geográfica dos trabalhadores e a variação de turnos. Assim, é necessário adaptar a comunicação interna para lidar com essas dificuldades.
Engajamento como indicador de rotatividade futura
No Varejo, o desengajamento dos trabalhadores foi percebido três meses antes do desligamento. Já no Agronegócio, essa queda no engajamento foi detectada um mês antes da saída.
Essa análise preditiva permitiu que os gestores identificassem tendências e interviessem antes que a saída dos funcionários se concretizasse. Isso demonstra como o monitoramento do engajamento pode ser uma ferramenta valiosa.
Metodologia e resultados do estudo
Entre janeiro e agosto de 2024, o estudo analisou o comportamento de 156.530 funcionários de empresas que utilizam a plataforma da Dialog.
Esses funcionários atuam nos setores de Agronegócio e Varejo, e os dados foram coletados de forma anônima.
Os indicadores avaliados incluíram tempo de engajamento, retenção e temas de interesse. As informações foram processadas por um modelo de machine learning para prever a rotatividade com base em quedas no tempo de acesso à plataforma.
Futuro da análise preditiva na comunicação interna
Esse sistema preditivo será incorporado a uma arquitetura de chatbot. Com isso, será possível realizar análises contínuas, calcular previsões e recomendar estratégias de comunicação personalizada.
A ideia é conectar o engajamento dos funcionários com métricas de desempenho, como vendas e produtividade, e adaptar a comunicação de acordo com essas análises.
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