Política

Mais de 60% das prefeitas e vices já sofreram violência política de gênero, diz pesquisa

O levantamento ouviu 224 prefeitas, em um universo de 677, e 210 vice-prefeitas de um total de 898

Mais de 60% das prefeitas e vices já sofreram violência política de gênero, diz pesquisa
Mais de 60% das prefeitas e vices já sofreram violência política de gênero, diz pesquisa
Os estudos de gênero contribuíram no desenvolvimento de políticas públicas para promover a igualdade e combater a discriminação (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Apoie Siga-nos no

Mais de 60% das prefeitas e vices afirmam já ter sofrido algum tipo de violência política de gênero durante a campanha ou mandato, aponta uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O levantamento ouviu 224 prefeitas, em um universo de 677, e 210 vice-prefeitas de um total de 898. A pesquisa foi feita entre os meses de agosto e outubro de 2024.

Quando são analisadas apenas as prefeitas, esse percentual sobe para 66,7%. A CNM também questionou as prefeitas e vices sobre os tipos de violências, eis os resultados:

  • 49,1% delas dizem que foram vítimas de violência verbal (insultos, ameaças);
  • 45,2% passaram por violência psicológica (assédio moral, pressão); e
  • 5,6% sofreram violência física.

Quando analisado o tipo de resposta obtido de acordo com o cargo, a pesquisa identificou que as vice-prefeitas foram mais vítimas de violência psicológica em comparação às atuais prefeitas.

A pesquisa relata ainda que, apesar do ambiente hostil, 50,2% das mulheres têm a intenção de permanecer na política concorrendo à reeleição nas eleições municipais de 2024; 11,9% têm a intenção de concorrer, porém em outro cargo; e 9,6% não possuem intenção de permanecer na política.

De acordo com 60,8% das gestoras, o fato de terem sido vítimas de alguma forma de violência não afetou a sua gestão, mas para 36,5% delas a violência sofrida afetou de alguma forma.

Em relação à vida privada, 47,1% das entrevistadas afirmam que por serem vítimas de violência se sentiram psicologicamente afetadas e 9,9% se sentiram fisicamente afetadas.

Sobre o cenário em que essas violências ocorreram, 46% afirmam que as práticas de violência de gênero aconteceram em publicações nas redes sociais; 22,6% em ações com a comunidade; e 18% em programas de rádio e TV.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo