Mundo
Israel relata primeiro conflito direto contra o Hezbollah no Líbano
Além dos ataques aéreos, as tropas israelenses realizaram incursões por terra no sul do país


A guerra no Oriente Médio vinha se desenrolando, até agora, por meio de ataques mútuos entre Israel e o Hezbollah. De ataques ao Líbano a atentados na Faixa de Gaza, a tensão se agravava, desde outubro do ano passado, com episódios sucessivos de ações contra hospitais e em importantes centro urbanos, como Beirute.
Nesta terça-feira 1º, porém, uma nova página da guerra começou a ser escrita. As tropas de Israel e do Hezbollah começaram a travar o primeiro confronto direto.
Segundo informações do Exército israelense, o confronto aconteceu no sul do Líbano. Por lá, os soldados israelenses fazem incursões por terra desde a tarde de segunda-feira 30.
Ainda não há informações sobre mortos ou feridos no confronto direto, mas o Exército israelense comunicou que “há um combate intenso” no sul libanês, “durante o qual elementos do Hezbollah usam o ambiente civil e a população como escudos humanos para lançar ataques.”
Invasão ao Líbano
A invasão israelense ao Líbano já era esperada. Desde que os ataques a pagers no país tomaram o noticiário, nas últimas semanas, o agravamento indicava que as tropas de Benjamin Netanyahu avançaram sobre o território dominado pelo Hezbollah.
Outro ponto-chave da guerra diz respeito à morte do chefe do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah, no último sábado. Ele morreu após um ataque nos subúrbios do sul de Beirute e fez o grupo reafirmar que continuaria e batalha com Israel, fazendo os israelenses entrarem em alerta máximo para um conflito mais amplo.
Agora, em meio à invasão ao território libanês, Israel determinou que os residentes de mais de 20 cidades no sul do Líbano saíssem imediatamente das suas casas.
Segundo o porta-voz dos militares israelenses, Avichay Adraee, a ideia é que os civis se desloquem com o objetivo de preservar “a própria segurança”.
Israel não deu detalhes sobre os locais precisos onde os ataques estão sendo realizados, mas indicou que as ações são “limitadas e localizadas” contra alvos que simbolizam “perigo imediato a comunidades no norte de Israel”.
Brigadas reservistas mobilizadas
O Exército israelense também anunciou nesta terça ter mobilizado mais quatro brigadas reservistas para serem destacadas no norte do país.
“Isso nos permitirá continuar as atividades operacionais contra a organização terrorista Hezbollah e alcançar objetivos operacionais, acima de tudo o retorno seguro dos habitantes do norte de Israel às suas casas”, disse o Exército em comunicado.
O texto não informou mais detalhes sobre as características das brigadas.
No dia 25 de setembro, os militares israelenses já haviam mobilizado duas brigadas de reservistas ao norte. Uma brigada de infantaria israelense geralmente tem entre 1.000 e 2.000 soldados. Já uma brigada de tanques inclui 100 veículos.
(Com informações de AFP)
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