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Exército israelense anuncia ofensiva terrestre no sul do Líbano

As incursões, apoiadas por ataques aéreos e de artilharia, têm como alvo combatentes do grupo islamista Hezbollah

Exército israelense anuncia ofensiva terrestre no sul do Líbano
Exército israelense anuncia ofensiva terrestre no sul do Líbano
Ataque aéreo israelense em um bairro no subúrbio sul de Beirute. Foto: Fadel Itani/AFP
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O exército israelense anunciou, nesta nesta segunda-feira 30, que suas forças começaram a realizar “incursões terrestres seletivas” em povoados do sul do Líbano.

As incursões, apoiadas por ataques aéreos e de artilharia, têm como alvo combatentes do grupo islamista Hezbollah “em povoados próximos à fronteira” com Israel, informou o exército em um comunicado.

As Forças Armadas “operam segundo um plano metódico estabelecido pelo Estado-Maior geral e o comando do Norte, para o qual os soldados da Defesa Civil treinaram e se prepararam nos últimos meses”, acrescentou o Exército.

O novo capitulo no conflito acontece dias após Israel matar o influente líder do movimento islamista libanês, Hassan Nasrallah. Ele, morto na última sexta-feira 28 em um bombardeio, era o líder do Hezbollah desde 1992, quando sucedeu Abbas Musawi.

Por causa da iminente ofensiva israelense, o Exército libanês ordenou a retirada e um “reposicionamento tropas” na fronteira sul do País.

Desde a onda de explosões de pagers e walkie-talkies do Hezbollah no Líbano, ocorrida em meados de setembro e atribuída a Israel, e a intensificação dos bombardeios israelenses que se seguiram, mais de 1.000 pessoas foram mortas no Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.

Israel desafia as advertências do governo Biden

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu a entender que é contrário a uma operação terrestre israelense no Líbano e pediu um cessar-fogo, em meio à tensão extrema depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

“Estou mais a par do que vocês pensam e estou de acordo em que parem. Deveríamos ter um cessar-fogo agora”, disse Biden aos jornalistas, quando perguntado se estava sabendo dos planos israelenses de uma incursão terrestre.

Horas depois, o Departamento de Estado americano confirmava que os israelenses lhes disseram que realizavam “atualmente operações terrestres limitadas dirigidas à infraestrutura do Hezbollah perto da fronteira”.

Esta não é a primeira vez que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ignora o apelo de seu maior apoiador. Na quarta-feira passada, Estados Unidos e França pediram conjuntamente um cessar-fogo de 21 dias entre Israel e o Hezbollah. No dia seguinte, Netanyahu anunciou novos ataques contra o movimento islamista libanês, apoiado pelo Irã.

Na Assembleia Geral da ONU, o contraste chamou atenção: enquanto o primeiro-ministro israelense autorizava na sexta-feira um ataque devastador contra Nasrallah, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, voltava a pedir uma solução diplomática.

(Com informações da AFP).

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