Economia

Nísia: Brasil deve tratar o vício em bets como trata o vício em tabaco

Segundo a ministra da Saúde, a prática gera problemas de saúde mental na população, além de impactos nas famílias, em crianças e em jovens

Nísia: Brasil deve tratar o vício em bets como trata o vício em tabaco
Nísia: Brasil deve tratar o vício em bets como trata o vício em tabaco
Brasília (DF), 21/08/2024 - A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participa da cerimônia de abertura do Fórum Saúde, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o vício em apostas online é uma “pandemia” e defendeu encará-lo com a mesma gravidade da dependência de tabaco. As declarações foram proferidas após o lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, nesta sexta-feira 27.

“Isso precisa ser trabalhado na Saúde. É muito importante a regulação, olhar para a publicidade e colocar, como temos dito, na mesma gravidade do que o Brasil fez em relação ao tabaco, por exemplo”, pontuou. Nísia ainda destacou que o vício em bets é mais danoso devido à rapidez com que uma pessoa pode entrar no ciclo da dependência.

Segundo a ministra, esse vício tem causado sérios problemas de saúde mental na população, além de impactos nas famílias, em crianças e em jovens. Ela ainda afirmou que a pasta criou um grupo de trabalho para discutir o tema.

A preocupação do governo com as bets aumentou após um estudo produzido pelo Banco Central mostrar que cerca de 24 milhões de pessoas físicas participam de jogos de azar e apostas no País.

Entre os beneficiários do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda, mais de 5 milhões de usuários destinaram dinheiro às casas de apostas virtuais somente em agosto. Foram mais de 3 bilhões gastos nesse período – um montante que corresponde a 20% do valor total repassado pelo programa.

A estimativa do BC considera os consumidores que realizaram ao menos uma transferência via Pix para essas empresas em agosto. A grande maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, aponta o relatório.

O valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade. Para os mais jovens, os aportes chegam aos 100 reais por mês. Já os mais velhos destinam mensalmente mais de 3 mil reais.

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