Mundo
Brasil e China pedem que ‘armas nucleares’ não sejam usadas no conflito na Ucrânia
Diante do risco de recrudescimento das hostilidades na Ucrânia, os 12 signatários defendem uma solução pacífica para o conflito


Brasil e China apelaram, nesta sexta-feira (27), à não utilização de armas nucleares no conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de dois anos e meio, em um comunicado conjunto após uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU.
“Instamos que se abstenham do uso ou da ameaça [de usar] armas de destruição em massa, em particular armas nucleares e armas químicas e biológicas. Deve-se fazer tudo o possível para prevenir a proliferação nuclear e evitar a guerra nuclear”, afirmam em comunicado.
Diante do risco de recrudescimento das hostilidades na Ucrânia, os 12 signatários – África do Sul, Argélia, Bolívia, Brasil, China, Colômbia, Egito, Indonésia, Cazaquistão, Quênia, Turquia e Zâmbia – defendem uma solução pacífica para o conflito.
Nesta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou usar armas nucleares em caso de ataque ao seu território por parte da Ucrânia, que busca se equipar com mísseis de longo alcance ocidentais.
Brasil e China apresentaram em maio um plano de seis pontos para encerrar o conflito iniciado com a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, que foi repudiado pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
Os signatários deste grupo de países determinado a trabalhar em defesa da paz pediram que as “estruturas civis, incluídas as instalações nucleares com fins pacíficos e outras instalações energéticas não sejam alvos militares”.
Na quarta-feira, durante a Assembleia Geral da ONU, Zelensky acusou Putin de planejar ataques contra as usinas nucleares ucranianas, e assegurou que “jamais” aceitará uma paz imposta com a Rússia.
“Há pouco recebi outro informe alarmante de parte do nosso serviço de inteligência. Parece que agora Putin planeja atacar nossas usinas nucleares e a infraestrutura para desconectar estas instalações da rede de energia”, assegurou Zelensky.
“Qualquer incidente crítico no sistema de energia poderia causar um desastre nuclear. Um dia assim não deve chegar nunca”, advertiu.
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