Educação
Justiça manda USP matricular estudante barrado em análise de cota racial
Juiz contestou o fato de uma comissão ter analisado as características do aluno por meio virtual. A universidade pode recorrer


O Tribunal de Justiça de São Paulo deu razão ao estudante Alison dos Santos Rodrigues e ordenou que a Universidade de São Paulo faça a sua matrícula no curso de Medicina.
O jovem de 18 anos foi aprovado via sistema de cotas, mas sua matrícula foi posteriormente negada por uma banca de heteroidentificação da universidade, que rejeitou a autodeclaração como pardo. A comissão foi criada em 2022 com o objetivo de coibir fraudes na política de cotas.
Em abril, a Justiça concedeu uma liminar autorizando o aluno a frequentar as aulas até o julgamento do mérito do processo.
Em nova decisão, publicada em 20 de setembro, o juiz Danilo Martini de Moraes Ponciano registrou que as características físicas do estudante permitem concluir que ele se enquadra na condição de pardo.
Ponciano disse também que o fato de a comissão ter analisado as características do aluno por meio virtual “levou a um entendimento diverso daquele que seria adotado caso a avaliação fosse realizada de forma presencial”. A USP pode recorrer.
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