Política
‘Governador covarde’: o novo capítulo da ofensiva de Bolsonaro contra Caiado
Em Goiânia, o ex-presidente afirmou que o candidato a prefeito apoiado pelo governador ‘não representa a direita’


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou um comício em Goiânia nesta terça-feira 25 para retomar uma briga antiga com o governador Ronaldo Caiado (União), que remonta à pandemia da Covid-19.
Em seu discurso, o ex-capitão chamou indiretamente o chefe do Executivo estadual de “covarde” e afirmou que o candidato a prefeito apoiado por Caiado “não representa a direita”.
A crise ganhou novos contornos com as eleições municipais. Enquanto Caiado apadrinhou o empresário Sandro Mabel (União), o ex-presidente endossou o deputado estadual Fred Rodrigues (PL). Os caciques partidários chegaram a discutir a possibilidade de uma candidatura única, mas as tratativas não avançaram.
Bolsonaro não citou o governador nominalmente, mas a plateia gritou o nome de Caiado. Antes disso, o ex-capitão fez mais críticas à vacina contra a Covid-19 e disse não ter se imunizado.
Durante a pandemia, Caiado foi na contramão do que pregava Bolsonaro e recomendou algumas medidas restritivas, como o isolamento social e o uso de máscaras.
“Nós, na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam ‘fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Governador covarde! O vírus ia pegar todo mundo, não tinha como fugir do vírus“, afirmou Bolsonaro.
Ao disparar contra o candidato apoiado pelo governador, Bolsonaro ironizou o fato de ele pertencer à família fundadora da Mabel, empresa de biscoitos vendida para a PepsiCo em 2011, e resgatou um vídeo do postulante com elogios à então presidenta Dilma Rousseff (PT).
Uma pesquisa Quaest divulgada em 17 de setembro mostra Mabel dividindo a liderança da corrida pela prefeitura de Goiânia com a petista Adriana Accorsi. O empresário tem 24%, ante 22% da adversária, mas estão empatados tecnicamente. O candidato de Bolsonaro aparece em quarto lugar, com menos de 10% das intenções de voto.
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