Política

‘Não é Lula nem Bolsonaro quem vai se sentar na cadeira de prefeito’, diz candidato do PSB em Curitiba

Luciano Ducci conta com o apoio do PT, mas afirmou, em entrevista a CartaCapital, evitar um discurso polarizado, ao menos no primeiro turno

‘Não é Lula nem Bolsonaro quem vai se sentar na cadeira de prefeito’, diz candidato do PSB em Curitiba
‘Não é Lula nem Bolsonaro quem vai se sentar na cadeira de prefeito’, diz candidato do PSB em Curitiba
Luciano Ducci em entrevista a CartaCapital, em setembro de 2024. Foto: Reprodução
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O deputado federal Luciano Ducci, candidato do PSB à prefeitura de Curitiba, conta com o apoio de siglas tradicionais da esquerda, como PDT, PT, PCdoB e PV, mas tem evitado tratar a disputa local como um embate nacionalizado, que espelhe a polarização entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Em entrevista ao canal de CartaCapital no YouTube, Ducci defende que o eleitor, ao menos no primeiro turno, olhe com atenção para as propostas dos candidatos, independentemente dos padrinhos políticos das candidaturas.

“A estratégia da nossa campanha, neste momento, é levá-la mais para o lado técnico e não fazer uma disputa entre ‘A’ e ‘B’”, explicou. “Tenho dito sempre: no dia 1º de janeiro de 2025, não é o Bolsonaro que vai se sentar na cadeira de prefeito, não é o Lula, não é o [governador] Ratinho Jr. e nem o [prefeito] Rafael Greca. É um dos candidatos que estão se apresentando.”

“As pessoas têm de escolher quem elas acham que tem mais experiência para fazer com que a cidade realmente avance, dê um salto.”

Apesar do alerta, Ducci não nega qualquer aproximação com Lula, independentemente da rejeição que o PT ou o petista possa carregar na capital do Paraná. “Vai chegar o momento de todo mundo entrar na campanha”, diz. “Acho que esse momento será o segundo turno.”

Para ele, quando a disputa chegar ao segundo turno, “aí sim o debate passa a ser mais polarizado” e menos propositivo. A avaliação, explica, levou o PSB estadual a optar por “guardar” a participação de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) nas redes e nas inserções de rádio e TV.

“Acho que agora ainda não é o momento mais adequado para isso [Lula e Alckmin nas peças de campanha]. Agora o momento é de discutir e apresentar propostas, mostrar a campanha ativa e mostrar que a gente tem diferença em relação a outras candidaturas.”

No momento, o deputado pessebista aparece na segunda posição dos principais levantamentos eleitorais na capital do Paraná. Ele é acompanhado de perto, porém, por dois adversários: Ney Leprevost (União) e Roberto Requião (Mobiliza). Os três aparecem, habitualmente, em empate técnico. Eduardo Pimentel (PSD), atual vice-prefeito, é quem lidera, embalado pelos apoios de Ratinho Jr., Rafael Greca e Jair Bolsonaro.

Na conversa com CartaCapital, Luciano Ducci minimizou a distância para Pimentel e o empate técnico com os adversários na segunda colocação. “O importante para a nossa campanha é que todas as pesquisas indicam um segundo turno e todas essas pesquisas nos colocam em segundo lugar.”

“Aí, sim, faremos uma campanha mais igual, porque hoje a diferença de exposição na televisão e no rádio é muito grande em relação ao candidato que vem liderando as pesquisas. No segundo turno, não. Todo mundo vai jogar igual.”

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