Economia

CNI recebe com ‘total indignação’ alta na Selic; veja as reações de políticos e entidades

Principal preocupação é que a alta dos juros prejudique a criação de emprego e renda para a população

CNI recebe com ‘total indignação’ alta na Selic; veja as reações de políticos e entidades
CNI recebe com ‘total indignação’ alta na Selic; veja as reações de políticos e entidades
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta quarta-feira 18 que recebeu com ‘total indignação’ a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano.

Para a CNI, o nível da Selic antes da reunião desta quarta era mais do que suficiente para manter a inflação sob controle. A entidade afirma que a alta dos juros vai prejudicar a criação de emprego e renda para a população.

“Até que ponto a especulação do mercado futuro de juros influencia as narrativas da expectativa de inflação futura?”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), Décio Lima, afirmou que a medida terá impacto negativos para os pequenos negócios, além de enfraquecer o empreendedorismo, a geração de empregos e a distribuição de renda no país.

“Estamos com a segunda maior taxa real de juros no mundo e quem paga a conta do aumento da Selic são as micro e pequenas empresas, incluindo as famílias mais pobres, que já sofrem tanto para manter as portas dos seus negócios abertas”, disse.

Em postagem na rede social Bluesky, a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), classificou como injustificada a decisão do Copom.

“No dia em que os Estados Unidos cortam 0,5 ponto nos juros, tendência mundial, o BC [Banco Central] do Brasil sobe taxa para 10,75% [ao ano]. Além de prejudicar a economia, vai custar mais R$ 15 bi na dívida pública. Dinheiro que sai de educação, saúde, meio ambiente para os cofres da Faria Lima. Não temos inflação que justifique isso!”, criticou a parlamentar.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considerou precipitada a decisão do Copom de aumentar a taxa básica de juros. Segundo a entidade, a atual conjuntura exige atenção, mas o risco inflacionário ainda não está claro.

“O elevado patamar de juros vem comprometendo setores estratégicos, em especial a indústria, e minando qualquer possibilidade de aumento da taxa de investimento do país. O setor industrial, embora tenha esboçado uma tímida recuperação nos últimos meses, ainda opera 15% abaixo de sua máxima histórica, registrada em maio de 2011”, diz a Federação.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que a decisão do Copom não surpreendeu, mas advertiu para os efeitos dos juros altos sobre o nível de atividade doméstica.

“Vale lembrar que o Brasil já possui uma das maiores taxas reais de juros do mundo, o que agrava ainda mais os desafios ao crescimento econômico do país. Com uma taxa de juros tão elevada, é difícil fomentar o nível de investimento necessário para um crescimento sólido e consistente no médio e longo prazo da economia do país”, advertiu o economista-chefe da Apas, Felipe Queiroz.

Já para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o BC “segue praticando uma política monetária proibitiva para o desenvolvimento do país”.

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