Política

Haddad evita comentar aumento da Selic, mas diz que não se surpreendeu

Com a nova decisão do Copom, o Brasil fecha esta quarta-feira com a segunda maior taxa real de juros do mundo

Haddad evita comentar aumento da Selic, mas diz que não se surpreendeu
Haddad evita comentar aumento da Selic, mas diz que não se surpreendeu
Foto: Diogo Zacarias/MF
Apoie Siga-nos no

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira 18 que não se surpreendeu com a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano.

Haddad, entretanto, evitou comentar mais sobre o assunto e disse que vai aguardar a divulgação da ata da reunião do BC.

O ministro comemorou a primeira queda em quatro anos da taxa de juros nos Estados Unidos. “Agora deve entrar numa trajetória de cortes e deve ser duradouro, o que é ótimo para o Brasil e para o mundo. Isso dá um alívio doméstico grande”, comentou.

Nos dois encontros anteriores, o Copom optou por conservar o índice de 10,5%, encerrando um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023.

Com a nova decisão do Copom, o Brasil fecha esta quarta-feira com a segunda maior taxa real de juros do mundo, segundo o monitoramento é da consultoria MoneYou.

Formam o comitê cinco diretores indicados por Jair Bolsonaro (PL) – Roberto Campos Neto (presidente), Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes – e quatro escolhidos por Lula (PT) – Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira.

O aumento anunciado nesta quarta já era esperado por agentes do mercado financeiro. No início de agosto, após a última reunião, o Copom publicou uma ata na qual dizia que “não hesitará em elevar a taxa de juros”.

A possibilidade de elevação foi confirmada dias depois pelo diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. Em um evento em São Paulo, ele afirmou que a alta estava “na mesa”.

Galípolo foi indicado por Lula para assumir o comando do BC a partir do ano que vem, em substituição a Roberto Campos Neto.

Confira os resultados das reuniões do Copom desde o início do ciclo de reduções na Selic:

  • agosto de 2023: de 13,75% para 13,25%;
  • setembro: de 13,25% para 12,75%;
  • novembro: de 12,75% para 12,25%;
  • dezembro: de 12,25% para 11,75%;
  • janeiro de 2024: de 11,75% para 11,25%;
  • março: de 11,25% para 10,75%;
  • maio: de 10,75% para 10,50%;
  • junho: manutenção em 10,50%;
  • julho: manutenção em 10,50%.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo