CartaCapital

Gilmar prevalece e STF reduz pena de ex-deputado na Lava Jato

Um empate na Segunda Turma da Corte favoreceu dois réus condenados em 2020

Gilmar prevalece e STF reduz pena de ex-deputado na Lava Jato
Gilmar prevalece e STF reduz pena de ex-deputado na Lava Jato
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF. Foto: Carlos Moura/SCO/STF
Apoie Siga-nos no

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal acolheu recursos do ex-deputado federal Aníbal Gomes e do engenheiro Luís Carlos Batista Sá contra penas impostas pela Corte em processos da Lava Jato.

Na prática, os ministros desclassificaram o crime de corrupção passiva para tráfico de influência. Prevaleceu no julgamento, realizado na terça-feira 17, o voto de Gilmar Mendes.

O Ministério Público Federal acusou Gomes de receber em 2008 vantagem indevida de um escritório de advocacia para interceder junto a Paulo Roberto Costa, então diretor da Petrobras. O ex-deputado e o engenheiro teriam recebido 3 milhões de reais por meio de outro escritório.

A Segunda Turma decidiu em 2020 condenar Gomes a 13 anos e 1 mês de reclusão, em regime inicial fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Batista Sá coube a pena de 6 anos e 11 meses por lavagem de dinheiro.

Para Gilmar Mendes, o ponto determinante para o recebimento das vantagens não teria sido o mandato de Gomes (o que caracterizaria corrupção), mas a influência dele sobre o diretor da Petrobras.

Acompanhou Gilmar o então ministro Ricardo Lewandowski (hoje aposentado, votou na fase original do julgamento). Edson Fachin e Kassio Nunes Marques votaram por rejeitar o recurso. Como houve empate, prevaleceu o resultado a favor do réu.

Confira as novas penas definitivas:

  • Aníbal Gomes – tráfico de influência: 2 anos e 4 meses de reclusão (já prescrita); lavagem de dinheiro: 5 anos e 10 meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente semiaberto;
  • Luís Batista de Sálavagem de dinheiro: 5 anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente semiaberto.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo