Datena diz que não se arrepende de agressão a Marçal e indica que mantém candidatura em SP

Depois de agredir o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) no debate promovido no último domingo 16 pela TV Cultura, o candidato à prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB), lamentou o episódio, mas disse que não se arrepende do ocorrido.

“Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferiria, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário”, disse o candidato em nota divulgada nesta segunda-feira 16.

Logo após o episódio, Datena começou a ser questionado, já na saída do local onde o debate foi realizado, se desistira da candidatura.

O apresentador negou que tenha pretensão de sair da disputa. “Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam”, afirmou o candidato.

Apesar da manutenção da candidatura, ainda não há confirmação por parte da campanha do apresentador sobre a participação nos próximos debates. São cinco debates marcados até a data do pleito, incluindo o da UOL/RedeTV a ser realizado nesta terça-feira 17 e o da TV Globo, no dia 3 de outubro.

Entretanto, o candidato cancelou a participação na sabatina do jornal O Estado de S. Paulo que estava prevista para a manhã de hoje. Segundo a assessoria do candidato, ele não participará “em razão dos acontecimentos de ontem”.

Datena também justificou a continuidade da sua campanha para defender a democracia, que, segundo ele, estaria sendo “ameaçada por figuras como Pablo Marçal”, “que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população”.

Quem também chancelou a continuidade de Datena no pleito foi o presidente do PSDB, Marconi Perillo, em entrevista à rede CNN. O político garantiu que Datena seguirá candidato.

Ainda sobre o episódio de ontem, Datena disse que não defende “o uso da violência para resolver um conflito”, mas que a premissa é difícil de ser obedecida “quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente”. Ao comentar o assunto, ele também buscou uma conexão com o eleitor, dizendo que espera “ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la”.

Marçal, por sua vez, vem tentando capitalizar a agressão. Nas redes sociais, o candidato já disparou publicações tentando comparar o episódio vivido por ele com a facada sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando ainda era candidato à Presidência, em 2018. Marçal também buscou comparar o ocorrido com o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em julho.