Economia
Deputado do PT defende proibir a propaganda de bets no Brasil
Para Reginaldo Lopes (MG), a proliferação dessas empresas criou uma ‘legião de viciados’



O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) apresentou um projeto de lei para proibir a publicidade de casas de apostas esportivas online, as chamadas bets. A proposta chegou à Mesa Diretora da Câmara na terça-feira 10.
A restrição também valeria para empresas de apostas offline e se aplicaria a todos os meios de comunicação, como rádio, televisão, jornal, redes sociais e internet em geral. Se a matéria prosperar, também vedará a publicidade em placas e uniformes – atualmente, as bets patrocinam diversos clubes de futebol no Brasil.
Segundo Lopes, o problema gerado pela proliferação de casas de apostas “criou uma legião de viciados, arruinando financeiramente famílias e adoecendo apostadores”.
“Diante de tantos argumentos que demonstram os efeitos negativos dos jogos de azar, é imperativo que se proíba a publicidade, a divulgação e a propaganda de qualquer plataforma ou meio de aposta, para proteger as pessoas deste terrível e arruinador vício.”
O “vírus do tigrinho” é o tema da edição impressa de CartaCapital nesta semana. A reportagem de capa da revista informa que, em um país onde 43% da população afirma não ter segurança financeira, a consultoria PwC do Brasil mostra que, para as duas classes da base da pirâmide social, as apostas já equivalem a 76% das despesas mensais com lazer e cultura e a 5% do que é destinado à alimentação. Pesquisas estão sendo realizadas para mensurar também o impacto das bets e dos tigrinhos no orçamento destinado à educação das famílias.
Assinantes podem ler a matéria também em versão digital, por meio deste link.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.