Política
Lira confirma a líderes apoio a Hugo Motta para sucessão na Câmara
O deputado é elogiado pelos seus pares em razão da desenvoltura de transitar nos diferentes campos ideológicos


O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), confirmou a líderes partidários, durante almoço em Brasília nesta quarta-feira 11, que apoiará Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa pela sua sucessão. O anúncio deve ser feito ainda nesta semana, projetam aliados ouvidos por CartaCapital.
Agora, o parlamentar tenta costurar apoios em prol de Motta. O deputado paraibano foi alçado ao centro das discussões sobre a troca de guarda na Casa após o presidente do seu partido, Marcos Pereira (SP), desistir da disputa.
O almoço desta quarta contou com a presença de líderes do PT e do PL, que possuem as bancadas mais numerosas da Câmara e são alvo da cobiça dos postulantes à vaga. Depois do encontro, organizado sob o pretexto de comemorar o aniversário de Motta, os presentes passaram a consultar aliados sobre a viabilidade de apoiar o indicado de Lira.
As eleições para a presidência da Casa ocorrem em fevereiro do ano que vem. Também são candidatos os líderes Elmar Nascimento (União Brasil), Antonio Brito (PSD), ambos da Bahia, e o alagoano Isnaldo Bulhões Jr. (MDB).
Havia a expectativa de que Lira anunciasse um nome para sucedê-lo em agosto, mas o prazo estipulado por ele mesmo foi postergado em meio às resistências dos parlamentares em abrir mão das candidaturas.
Até então, conversas reservadas davam conta de que o chefe da Câmara escolheria Elmar pela relação de amizade que os dois mantém. Mas o cenário mudou com a entrada de Motta no páreo – o deputado é elogiado pelos seus pares em razão da desenvoltura de transitar nos diferentes campos ideológicos.
Nos últimos dias, o parlamentar do Republicanos passou por uma espécie de sabatina informal com o presidente Lula (PT) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), duas figuras cortejadas pelos postulantes à presidência da Câmara em razão do nível de influência em seus respectivos partidos.
Em ambos os encontros, segundo relatos de aliados, o nome de Motta foi bem recebido. No Planalto, foi questionado sobre a proximidade com Eduardo Cunha, algoz do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Do ex-presidente, o candidato à presidência da Câmara ouviu perguntas sobre um possível alinhamento com o governo, caso eleito.
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