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Governador de Sergipe aprova Dia do Conservadorismo e homenagem a Olavo de Carvalho
Aprovado em julho, projeto do bolsonarista Luizão Dona Trampi (União) tem partes copiadas de proposta apresentada um mês antes no Rio de Janeiro


O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), sancionou projeto de lei que cria o dia do conservadorismo no estado, a ser comemorado em 24 de janeiro. A sanção foi registrada na edição do Diário Oficial de 30 de agosto.
A data faz referência à morte do escritor Olavo de Carvalho, guru da extrema-direita que faleceu em 2022. Ele era portador da Doença de Lyme, uma infecção transmitida por carrapato que causa irritações na pele e sintomas semelhantes aos da gripe, e havia sido diagnosticado com covid-19 antes de morrer.
O projeto havia sido aprovado na Assembleia Legislativa no início de agosto. Linda Brasil (Psol), líder da oposição na Casa, e os deputados Georgeo Passos (Cidadania), Chico dos Correios (PT) e Paulo Júnior (PV) votaram contra o texto.
A proposta foi apresentada pelo deputado Luizão Dona Trampi (União), que tem encabeçado a agenda bolsonarista na Alese. Segundo ele, o objetivo é relembrar princípios caros ao conservadorismo, como a família, a religião, a ordem e a liberdade.
A proposição do parlamentar sergipano tem trechos copiados de um projeto semelhante apresentado em junho por cinco vereadores do Rio de Janeiro. Na capital fluminense, o texto também foi aprovado na Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito Eduardo Paes.
“Em contraposição ao globalismo, o conservadorismo foca na continuidade e estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer tipo de movimentos que provoquem ruptura radical da ordem estabelecida. Avançar, sim, desde que o legado construído ao longo do tempo seja respeitado”, diz um trecho.
*A reportagem foi atualizada às 17h30 desta quinta-feira. Informamos, inicialmente, que apenas Linda Brasil, do PSOL, teria se posicionado contra o projeto. Ao contrário do que foi dito, os deputados Georgeo Passos (Cidadania), Chico dos Correios (PT) e Paulo Júnior (PV) também votaram pela rejeição do texto.
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