Educação

Investimento por aluno no Brasil é um terço do investido por países da OCDE, aponta relatório

Os dados constam no relatório ‘Education at a Glance 2024’, publicado nesta terça-feira 10, e que avalia 49 países

Investimento por aluno no Brasil é um terço do investido por países da OCDE, aponta relatório
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O investimento anual brasileiro em cada aluno da educação pública, tanto na educação básica, quanto nas universidades, é um terço do valor investido pelos países ricos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O apontamento é do relatório ‘Education at a Glance 2024’, publicado nesta terça-feira 10, e que avalia 49 países.

No Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano, o País investe 3,6 mil dólares, o equivalente a 20,3 mil reais hoje; a média da OCDE é de 11,9 mil dólares, o que equivale a 67,1 mil reais.

No Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano, o investimento brasileiro é de 3,7 mil dólares, o equivalente a 20,8 mil reais hoje; na OCDE, a média é de 13,2 mil dólares, o equivalente a 74,5 mil reais hoje.

No Ensino Médio, o Brasil investe 4 mil dólares, o equivalente a 22,5 mil reais hoje, enquanto a média da OCDE é de 12,7 mil dólares, o equivalente a 77,1 mil reais por aluno.

Na lista de 40 países, o Brasil ficou à frente, por muito pouco, apenas da Romênia, da Turquia, da África do Sul, do México e do Peru. O investimento brasileiro é menor do que países como Argentina e Costa Rica, que gastam 5 mil dólares por aluno, ao ano.

No topo do ranking, está Luxemburgo, que gasta mais de 25 mil dólares por aluno (139,5 mil reais), seguido por Suíça e Noruega.

Apesar da diferença nominal de investimento por aluno, o Brasil tem proporção de gasto público semelhante à média dos países da OCDE de 10%, com implicação de 10,6% de seu orçamento.

Especialistas apontam que a maior destinação de recursos não necessariamente implica em uma melhoria da qualidade da educação, e que o desafio está alinhado à destinação correta de recursos, embora não descartem o cenário de subfinanciamento brasileiro.

O relatório também mostrou que, entre 2015 e 2021, período que compreende os governos da ex-presidente Dilma Rousseff (até agosto de 2016), Michel Temer e Jair Bolsonaro, o Brasil teve uma redução de 2,5% ao ano com os investimentos em educação. Mesmo com o impacto da pandemia, se verificou tendência oposta nos países da OCDE, com aumento anual de 2,1%.

O país se destacou, no entanto, nos investimentos relacionados à primeira infância, de 0 a 3 anos, com aumento de 29% nos valores dedicados por aluno da Educação Infantil.

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