Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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‘Minha estética vem do samba’, diz o saxofonista Thiago França, que lança um novo álbum

O músico afirma que Carnaval ‘não acontece do nada’ e diz que colocar o bloco Charanga do França na rua, atraindo 50 mil pessoas, é ‘complexo’

‘Minha estética vem do samba’, diz o saxofonista Thiago França, que lança um novo álbum
‘Minha estética vem do samba’, diz o saxofonista Thiago França, que lança um novo álbum
Foto: Sebastian Scauvet
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Thiago França não sabe bem quantos trabalhos fonográficos solos ou em grupo, incluindo o Metá Metá (que conta ainda com Juçara Marçal e Kiko Dinucci) e a Charanga do França, já foram lançados. São pelo menos 35, segundo ele.

O saxofonista, compositor, arranjador e produtor vem agora com um disco intitulado Canhoto de Pé, acompanhado de Marcelo Cabral no baixo acústico e de Welington “Pimpa” Moreira na bateria. O álbum tem ainda a participação da cantora Juçara Marçal e dos percussionistas Luizinho do Jêje e Kainã do Jêje.

“Esse disco teve uma gestação curiosa. Foi no início da pandemia, quando começou o trabalho remoto. E aí tinha de gravar em casa. Tinha pouca experiência nisso”, relembra.

Ele diz que havia lançado Bodiado (2021), um disco experimental do qual algumas músicas ficaram de fora. Elas foram aproveitadas no novo trabalho.

“Gosto muito de trio. Está aí o Metá Metá, com 15 anos de chão. Tem outro trio que foi muito importante para mim: o Marginals (com Marcelo Cabral e Tony Gordin na bateria)”, afirma.

No disco Canhoto de Pé, Thiago França mostra, de novo, muita personalidade e ousadia com o seu instrumento.

“Toquei samba a vida inteira. A minha matriz estética é essa. A minha destreza, o movimento de minha mão, vem desse lugar. Vem muito menos de tocar com bateria e baixo acústico e muito mais com pandeiro, repique, tantã, violão de sete cordas e cavaquinho.”

O saxofonista considera ser mais importante no ofício em uma roda de samba saber tocar as melodias do que improvisar e “ter na manga milhões de notas e escalas”.

Thiago França tem várias atividades na música, grava com muitos artistas e afirma que só com o Metá Metá, “o trampo mais expressivo, com maior reconhecimento”, não dá para viver.

Um aspecto interessante, dentre os vários trabalhos de França, é o seu bloco Espetacular Charanga do França, que não se apresenta somente no período de Carnaval, mas no ano inteiro.

Ele acredita que a melhor maneira de ensaiar é tocando. Por isso, todos os meses, a banda do bloco faz apresentações – neste segundo semestre, estará em outros estados pela primeira vez, incluindo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

“Essa coisa do Carnaval espontâneo, do Carnaval que acontece do nada, é um folclore. Carnaval é uma coisa extremamente elaborada. Assim como as escolas de samba, para a gente estar na rua, precisa de muito tempo de preparação”, diz ele, que nos dias de Carnaval chega a colocar 50 mil pessoas atrás da Charanga pelas ruas de São Paulo.

“Um diferencial da Charanga, em comparação com outras fanfarras, é que a gente tem a linguagem da gafieira, do samba.”

Assista à entrevista de Thiago França a CartaCapital:

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