Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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O adeus a Sergio Mendes, que levou a música brasileira ao mapa-múndi

Pioneiro da Bossa Nova nos Estados Unidos, ele foi responsável pelo disco que mostrou o swing musical do País aos gringos

O adeus a Sergio Mendes, que levou a música brasileira ao mapa-múndi
O adeus a Sergio Mendes, que levou a música brasileira ao mapa-múndi
Morre o músico e compositor Sérgio Mendes aos 83 anos, nos EUA. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Quem nunca ouviu falar em Herb Alpert presents Sergio Mendes & Brazil 66? O disco, lançado em 1966 nos Estados Unidos, começava com Mas que Nada, de Jorge Ben Jor – interpretada em português com sotaque gringo pelas cantoras americanas da banda, ganhou o mundo.

Mas o álbum tem outras atrações que o tornaram célebre e que são tocadas até hoje em pistas de dança no mundo. É o caso de Samba de uma Nota Só (Tom Jobim e Newton Mendonça), com versão em inglês. Mesmo com as músicas estrangeiras, como The Joker (Leslie Bricusse/Anthony Newley), o sucesso foi enorme.

Sergio Mendes morreu nesta sexta-feira 6, aos 83 anos, em Los Angeles, Estados Unidos. A causa da morte não foi divulgada.

Aquele inesquecível disco de 1966 foi bem embalado com quatro composições de fora – inclusive da dupla Lennon-McCartney -, três clássicos da Bossa Nova, dois sambas rock e o samba afro Berimbau (Baden Powell e Vinícius de Moraes).

Com ritmo e muito swing, Sergio Mendes inaugurou esse jeito brasileiro de fazer sucesso com um disco no exterior. O forte do pianista eram os arranjos, algo de que esbanjou no álbum Brazil 66.

Quando começou a carreira, tocando nas boates de Copacabana, no Rio de Janeiro, já mostrava um irreparável desejo de universalizar a música brasileira, montando bandas formatadas com fortes tons jazzísticos.

Naquela época, na primeira metade dos anos 1960, as apresentações eram mais minimalistas, com voz e piano. O pianista Sergio Mendes não pegou esse caminho, e seu álbum Você Ainda Não Ouviu Nada (1963), com arranjos de Tom Jobim, vários instrumentos de sopro e levada dançante, é um dos discos instrumentais brasileiros mais espetaculares do século passado.

Sergio Mendes seguiu carreira nos Estados Unidos, de onde nunca saiu, embora passasse temporadas no Brasil. Foram diversos os trabalhos em que gravou composições brasileiras com uma levada contagiante, capaz de fazer qualquer um se interessar por nossa música.

O grande marco de Sergio Mendes foi tomar gêneros como samba, Bossa Nova e até o funk e dar a eles uma instrumentação diferente, sem apagar o brilho do ritmo brasileiro.

O exemplo disso está no disco intitulado Brasileiro, ganhador do Grammy Awards de 1993 na categoria Melhor Álbum de World Music.

Sergio Mendes ficou muito conhecido nos últimos tempos quando regravou Mas que Nada com o grupo americano Black Eyed Peas, em 2006. No Brasil, a música estourou e fez o artista ser relembrado por aqui.

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