Mundo
Ucrânia amanhece sob novo ataque russo, com sete mortos, em meio a pedido de demissão de chanceler
Na terça-feira, um bombardeio já havia deixado mais de 50 mortos em Poltava


A Ucrânia amanheceu nesta quarta-feira (4) sob uma nova ofensiva russa, em meio ao pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores e mudanças no governo. O ataque aconteceu durante a madrugada na cidade de Lviv, matando sete pessoas, incluindo três crianças. No dia anterior, um bombardeio já havia deixado mais de 50 mortos em Poltava.
Lviv fica a oeste da Ucrânia, sendo considerada a maior cidade da região. Além dos mortos, mais de 30 pessoas ficaram feridas e vários edifícios residenciais foram atingidos, informou o Ministério do Interior.
“No total, sete pessoas morreram, entre elas três crianças”, lamentou o ministro do Interior, Igor Klimenko, em sua conta do Telegram.
O presidente Volodymyr Zelensky denunciou os novos “ataques terroristas russos” e reiterou o apelo aos países ocidentais para que forneçam mais recursos de defesa antiaérea.
Foto: Handout / UKRAINIAN EMERGENCY SERVICE / AFP
Até então, Lviv, que fica a mais de mil quilômetros da frente de batalha, não havia sofrido tanto com os efeitos da guerra. Porém, as instalações de energia da região foram danificadas em várias ocasiões e a cidade é alvo frequente de ataques com drones e mísseis.
Na terça-feira (3), os bombardeios russos atingiram a cidade de Poltava, no centro da Ucrânia. Pelo menos 51 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. Um dos locais mais afetados foi um instituto militar, que ficou parcialmente destruído. Após o ataque, foram declarados três dias de luto em Poltava a partir desta quarta-feira.
Ministro das Relações Exteriores pede demissão
As recentes ofensivas russas acontecem em meio a mudanças no governo ucraniano. Na manhã desta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, apresentou sua demissão ao Parlamento. Ele vinha sendo uma das principais vozes do país desde o início da guerra, provocada pela invasão russa.
“Peço que aceitem a minha renúncia”, escreveu Kuleba em uma carta enviada ao Parlamento e divulgada nas redes sociais pelo presidente da assembleia, Ruslan Stefanchuk, que afirmou que a solicitação será votada rapidamente.
Dmytro Kuleba renunciou o posto de chanceler da Ucrânia.
Foto: Genya SAVILOV / AFP
Na terça-feira (3), vários ministros, incluindo os da Justiça, Indústria e Meio Ambiente, também apresentaram pedidos de demissão no âmbito de uma reforma do governo, dois anos e meio após o início da invasão russa.
Dmytro Kuleba, de 43 anos, é o chefe da diplomacia do país desde 2020 e o ministro mais importante a apresentar o pedido de demissão.
Desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022, ele viajou por grande parte do mundo para pedir apoio diplomático e militar para o seu país e sanções contra Moscou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Chanceler da Ucrânia apresenta pedido de demissão
Por AFP
União Europeia diz lamentar decisão da Mongólia de não prender Putin
Por AFP
HRW denuncia ‘violações generalizadas’ dos direitos humanos na crise pós-eleitoral na Venezuela
Por AFP
Lula e Petro criticam ordem para prender González, opositor de Maduro na Venezuela
Por CartaCapital