Mundo
Justiça da Venezuela determina a prisão do opositor Edmundo González
Entre os crimes atribuídos pela Procuradoria ao ex-candidato estão incitação à desobediência de leis e conspiração


Um tribunal de primeira instância da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra o opositor Edmundo González Urrutia, que afirma ter vencido a eleição presidencial de 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Supremo de Justiça, porém, validaram o triunfo do presidente Nicolás Maduro.
A informação sobre o mandado partiu do Ministério Público, que pediu pouco antes à Justiça uma ordem de prisão contra González. Entre os crimes atribuídos pelo órgão ao político estão incitação à desobediência das leis, conspiração, usurpação de funções e sabotagem.
González Urrutia foi convocado a depor diante do MP em três ocasiões, mas não compareceu a nenhuma delas. Ele argumentou que a Procuradoria trabalha como um “acusador político”, que o submeteria a um processo “sem garantias de independência e do devido processo”.
As convocações ocorreram após ir ao ar um site no qual a oposição publicou supostas cópias de atas que demonstrariam a vitória sobre Maduro.
O presidente pediu que seu adversário e a líder opositora María Corina Machado – ambos em clandestinidade – fossem presos. Maduro os responsabiliza por atos de violência nas manifestações pós-eleição que resultaram em 27 mortos, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, já havia anunciado uma investigação criminal contra a dupla por incitação à insurreição militar, após um apelo às Forças Armadas para que reconhecessem a vitória de González Urrutia.
(Com informações da AFP)
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