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Estado Islâmico reivindica atentado a faca na Alemanha
Fundamentalistas islâmicos declaram querer “vingar os muçulmanos na Palestina e em outros locais”, com esfaqueamento de 11 transeuntes em festa de rua pelo aniversário da cidade de Solingen, no oeste alemão


O grupo fundamentalista autodenominado “Estado Islâmico” (EI) reivindicou neste sábado (24/08) a responsabilidade pelo atentado mortal a faca na cidade alemã de Solingen, alegando querer “vingar os muçulmanos na Palestina e em outros locais”. A Faixa de Gaza se encontra sob ofensiva de Israel desde os ataques perpetrados em 7 de outubro pelo Hamas.
Antes, o procurador-chefe Markus Caspers, que coordena as investigações sobre o atentado, já declarara que os dados conhecidos não permitiam excluir uma intenção terrorista.
“Até agora não pudemos reconhecer uma motivação. Com base nas circunstâncias gerais, contudo, partimos do princípio que não é possível descartar a suspeita inicial, de um ato movido por terrorismo.” Por sua vez, o governador do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Hendrik Wüst, classificou os assassinatos como “um ato de terror contra a segurança e a liberdade do nosso país”.
Na noite desta sexta-feira, um homem matou a faca três pessoas e feriu outras oito – cinco delas gravemente – num festival na cidade do oeste da Alemanha. As investigações contra desconhecido prosseguem. Na manhã deste sábado, um adolescente de 15 anos foi preso.
Segundo testemunhas, ele teria conversado “com uma pessoa até o momento não identificada” sobre “intenções que combinariam com a execução do crime”. Até o momento, o jovem é acusado “apenas de não denunciar atos criminosos planejados”, comunicaram as forças de segurança.
“A polícia mobilizou um grande número de agentes para o centro histórico de Solingen, incluindo forças especiais. As vítimas e as testemunhas estão atualmente sendo interrogadas”, declarou a polícia da Renânia do Norte-Vestfália em comunicado.
As autoridades pediram à população que forneça pistas ou imagens do momento do ataque, por meio de um portal na internet especialmente criado por causa do crime. Além disso, apelou aos residentes para que evitem a zona onde ocorreu o atentado e permaneçam em casa.
Aniversário da cidade
O ataque ocorreu por volta de 21h40 (hora local), quando um homem não identificado esfaqueou a esmo transeuntes que participavam da festa em comemoração ao 650º aniversário da cidade de Solingen.
A ação foi inicialmente classificada como um “ataque”, disse uma porta-voz da polícia, rejeitando relatos da mídia de que já teria sido classificado como “atentado terrorista”. A porta-voz também não quis comentar uma alegação publicada pelo tabloide Bild de que o agressor falava árabe
“O agressor esfaqueou pessoas ao acaso. É por isso que assumimos que se trata de um ataque”, disse o porta-voz da polícia da cidade de Wuppertal, Sascha Kresta, afirmando que, de acordo com as informações que tem, o atacante tentou deliberadamente atingir as vítimas na zona do pescoço.
“Polícia corre contra o tempo”
Em visita ao local, o secretário do Interior do estado, Herbert Reul, comentou que provavelmente o agressor agiu sozinho. Por enquanto não haveria “indícios sólidos”, e a polícia corre contra o tempo para localizar o agressor: “A questão agora é como apanhar o agressor. Alguém atacou pessoas arbitrariamente, do nada, e matou-as sem que tenhamos qualquer ideia do motivo.”
“O ataque em Solingen é um evento terrível que me consterna profundamente. Um agressor matou brutalmente várias pessoas”, escreveu o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, no serviço de mensagens curtas X, após falar ao telefone com o prefeito de Solingen, Tim Kurzbach.
“Lamentamos as vítimas e nos solidarizamos com suas famílias”, acrescentou Scholz, desejando aos feridos uma rápida recuperação. “O autor do crime deve ser pego rapidamente e punido com todo o rigor da lei.”
No X, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, se disse também “profundamente consternada” pelo “ataque brutal”. Ela ressaltou que “os serviços de segurança estão fazendo tudo ao seu alcance para deter o autor do ataque e determinar as suas motivações”.
(EFE, DPA, Lusa)
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