Mundo
Maduro classifica como ‘histórica’ a decisão do Supremo da Venezuela que valida sua reeleição
A oposição não reconhece o resultado, aponta fraude e afirma que Edmundo González Urrutia derrotou o chavista


O presidente Nicolás Maduro classificou, nesta quinta-feira 22, como “histórica e contundente” a decisão do máximo tribunal da Venezuela de chancelar sua reeleição. O aval do órgão máximo do judiciário venezuelano acontece em meio a denúncias de fraude da oposição, que considera “nula” a determinação da corte.
“Hoje, o Tribunal Supremo de Justiça em sua Sala Eleitoral, depois de fazer um trabalho técnico, científico, profissional e jurídico, baseado nas leis como Poder Judiciário da nação, emitiu uma sentença histórica e contundente. E nós dizemos […] Santa palavra, que haja paz!“, afirmou o mandatário diante de uma multidão no estado litorâneo de La Guaira.
A juíza do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, Caryslia Rodríguez, a quem coube ler a decisão nesta quinta, afirmou que González Urrutia não compareceu a audiências convocadas pelo tribunal, desacatou a Justiça e, por isso, está sujeito a sanções.
“Esta sala certifica de forma inquestionável o material eleitoral pericial e valida os resultados da eleição presidencial de 28 de julho de 2024, emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral, na qual o cidadão Nicolás Maduro Moros foi eleito presidente da República Bolivariana da Venezuela para o período constitucional 2025-2031”, diz a sentença.
A principal liderança da oposição, María Corina Machado, publicou uma mensagem nas redes sociais pouco antes do anúncio.
“A Missão da ONU sobre a Venezuela emite uma nova declaração afirmando que tanto ‘o TSJ como o CNE carecem de imparcialidade e independência, e têm desempenhado um papel dentro da máquina repressiva do Estado”, escreveu.
Segundo Machado, “não há manobra que possa conferir um pingo de legitimidade a Nicolás Maduro, face ao golpe de Estado contra a Constituição que pretendem perpetrar”.
González Urrutia também se manifestou pelas redes e declarou que “a soberania reside de forma intransferível no povo” e que “os órgãos do Estado emanam da soberania popular e a ela estão sujeitos”.
(Com informações da AFP).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Faremos o possível para evitar conflito na Venezuela, diz Amorim após TSJ referendar Maduro
Por Leonardo Miazzo
Supremo da Venezuela valida a vitória de Maduro na eleição: ‘Inquestionável’
Por CartaCapital