Mundo
Argentina descarta caso de mpox em navio africano que passou pelo Brasil
Embarcação com bandeira da Libéria esteve em Santos e tinha caso suspeito, mas exames confirmaram catapora


As autoridades sanitárias argentinas descartaram um caso de mpox em um navio cargueiro vindo do Brasil que estava isolado após um tripulante apresentar sintomas suspeitos, disse nesta quarta-feira 21 a diretora epidemiológica da província de Santa Fé (centro do país), Carolina Cudós.
“O caso que estava embarcado no porto de San Lorenzo deu negativo para o vírus (mpox), é positivo para catapora”, informou Cudós em uma coletiva de imprensa na Casa de Governo. O navio foi retirado do isolamento e “as precauções serão tomadas para catapora e (serão) as precauções tomadas para qualquer outro navio, mas não para mpox”, complementou.
As autoridades sanitárias argentinas tinham colocado a embarcação em quarentena após a identificação dos sintomas. Em nota, o Ministério da Saúde argentino informou que a embarcação, com bandeira da Libéria, saiu de Santos (SP) e que o tripulante em questão, de nacionalidade hindu, apresentava lesões cutâneas de forma predominante no tronco e no rosto. O homem foi isolado do restante da tripulação.
Emergência
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, no último dia 14, que o cenário de mpox no continente africano constitui emergência em saúde pública de importância internacional em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais alto nível de alerta da entidade. Mais de 15 mil casos suspeitos da doença foram contabilizados apenas na República Democrática do Congo, além de 537 mortes.
Brasil e Argentina
Após o decreto, o Ministério da Saúde brasileiro instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar ações de resposta à mpox no país. Segundo a pasta, desde a primeira emergência global decretada em razão da doença, de 2022 a 2023, a vigilância para a mpox se manteve como prioridade. O ministério informou que já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil.
Dados da pasta mostram que, em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis de mpox no país, um número classificado pela pasta como “significativamente menor” quando comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da primeira emergência da doença no Brasil. Desde 2022, foram registrados ainda 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.
Desde 2022, a Argentina registrou alguns casos de mpox, mas nenhum da variante recentemente detectada na África e que gerou um alerta especial da Organização Mundial da Saúde (OMS). O país vizinho ordenou um reforço de todas as medidas de vigilância epidemiológica, especialmente nas zonas fronteiriças.
Com informações da Agência Brasil e da AFP.
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