Política
Após abusos de Marçal e ausência de Boulos e Nunes, procurador cobra regulamentação de debates
Debates sem a presença dos primeiros colocados de pesquisas são um desrespeito ao eleitor, segundo Lucas Rocha Furtado


O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado, pediu nesta terça-feira 20 que a Corte determine à Justiça Eleitoral a regulamentação dos debates entre candidatos a prefeituras. Os objetivos seriam “suprimir abusos” e garantir a presença dos primeiros colocados em pesquisas.
A representação decorre do fato de os dois líderes da disputa pela prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), não terem comparecido a um debate promovido pela revista Veja na última segunda 19. José Luiz Datena (PSDB) também optou por não participar do encontro.
Oficialmente, as campanhas argumentaram haver incompatibilidade de agenda. Há, porém, um descontentamento com a ausência de controle dos organizadores em relação ao comportamento de Pablo Marçal (PRTB), baseado em ofensas e alegações sem provas.
Boulos tem sido o principal alvo do ex-coach e o caso chegou à Justiça.
“A ausência dos dois candidatos mais bem colocados nas últimas pesquisas configura, a meu ver, desrespeito para com os eleitores e um prejuízo à democracia do País”, diz Furtado na representação ao TCU. “Ademais, há que se ter limites estabelecidos nos debates, de forma a evitar o cometimento de abusos, como os atribuídos ao candidato Pablo Marçal.”
Segundo o subprocurador-geral, “ocorrências da espécie são motivadas pela ausência de regulamentação dos debates promovidos pelos veículos de comunicação, motivo pelo qual caberia ao TCU determinar à Justiça Eleitoral que regulamente a matéria”.
“Não tenciono aqui que o tribunal venha a ocupar o papel do TSE, mas que, apenas, constate a omissão do regulamento e determine que o faça”, completou. O TCU ainda não se manifestou sobre a solicitação de Furtado.
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