CartaExpressa
Galípolo diz que a função do Banco Central é ser ‘o chato na festa’
O Copom decidirá em setembro se mantém ou altera a taxa básica de juros do País, atualmente em 10,5% ao ano


O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira 19 ser um equívoco tentar antecipar os próximos passos da instituição com base em apenas uma variável. Segundo ele, o BC tem a função de ser “o chato na festa” e deve analisar uma série de dados.
As declarações foram proferidas em um almoço com empresários em Belo Horizonte. Em 18 de setembro, o Comitê de Política Monetária anunciará se mantém ou altera a taxa básica de juros do País, atualmente em 10,5% ao ano.
Segundo Galípolo, o BC está aberto para a próxima reunião do Copom e observa diversos fatores, entre os quais o câmbio, o desemprego, o crescimento da renda, o mercado de trabalho e as revisões (para cima) no Produto Interno Bruto.
“Todos nós entendemos como um êxito a possibilidade que as pessoas possam ganhar mais dinheiro. Ninguém tem sentimento perverso de torcer pelo contrário”, disse o diretor, citado pelo jornal Valor Econômico. “Mas a função é tomar cuidado para que esses fatores não provoquem um desarranjo que cause crescimento da demanda muito acelerado em relação à oferta e isso possa gerar algum tipo de pressão inflacionária, que vai no fim do dia corroer o ganho de poder aquisitivo que a população esteja tendo. A função do BC é ser o chato na festa. Quando a festa está ficando legal, pede para os outros abaixarem o volume.”
Galípolo é o principal cotado a ser indicado pelo presidente Lula (PT) para suceder Roberto Campos Neto no comando do Banco Central, no início de 2025.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lula aponta o perfil do próximo presidente do Banco Central, mas evita antecipar indicação
Por André Lucena
Banco Central comunica exposição de dados de 8 mil chaves PIX do BTG
Por Agência Brasil
Transformação do Banco Central em empresa pública volta à pauta da CCJ
Por Agência Senado