Mundo

Parlamento da Venezuela votará a regulação das redes sociais

Segundo o chavista Jorge Rodríguez, o objetivo seria ‘defender a população das expressões de ódio social, do terrorismo e da disseminação de ideias fascistas’

Parlamento da Venezuela votará a regulação das redes sociais
Parlamento da Venezuela votará a regulação das redes sociais
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em pronunciamento em 31 de julho de 2024. Foto: Federico Parra/AFP
Apoie Siga-nos no

O Parlamento da Venezuela, controlado pelo chavismo, vai impulsionar a regulação das redes sociais por meio da reforma de uma lei contra o ódio usada com frequência para imputar opositores, anunciou nesta segunda-feira 12 o chefe do Legislativo, Jorge Rodríguez.

A iniciativa faz parte de um pacote de leis promovido pelo líder parlamentar que inclui a aprovação de uma norma para regular ONGs e outra para punir o “fascismo”, termo pelo qual o governo também costuma se referir a seus críticos.

“A Venezuela precisa regulamentar o funcionamento das redes sociais”, disse Rodríguez. “Vamos nos dedicar neste período de sessões à tarefa de aprovar um pacote de leis que o senhor solicitou para poder defender a nossa população das expressões de ódio social, do terrorismo e da disseminação de ideias fascistas e de ideias de ódio nas redes sociais”, disse o funcionário, dirigindo-se ao presidente Nicolás Maduro.

O líder venezuelano afirma que as redes são usadas para atacar a sua reeleição, denunciada pela oposição como uma fraude.

A Assembleia Nacional, unicameral, já aprovou em primeira discussão uma lei que regulamenta o financiamento das ONGs, que são alvo frequente de ataques do poder, e outra contra o fascismo, que propõe tornar partidos ilegais e multas para empresas, organizações ou veículos de comunicação que financiem atividades ou divulguem informações que “incitem o fascismo”. Uma vez confirmadas em segunda discussão, elas podem ser promulgadas.

“Muitas ONGs servem de fachada para o financiamento de atos terroristas”, apontou Rodríguez. “Vamos revisar a lei contra o ódio para incorporar os elementos relacionados à propagação de ódio nas redes sociais.”

A lei contra o ódio de 2017 estabelece penas de até 20 anos de prisão, e a maioria dos presos políticos são acusados de crimes que ela contempla.

Maduro já suspendeu por 10 dias a rede social X, após acusar seu dono, Elon Musk, de incitar ao ódio e ao fascismo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo