Do Micro Ao Macro
Setor de farmácias no Brasil registra alta de 8,4% em junho; pequenas avançam 11,5%
Dados do primeiro semestre de 2024 indicam crescimento contínuo, apesar de desaceleração em relação aos anos anteriores


O varejo farmacêutico brasileiro apresentou um aumento de 8,4% no faturamento nos últimos 12 meses em comparação ao período anterior, mantendo um ritmo de crescimento, embora mais lento que em anos anteriores. Segundo informação fornecida pela auditora IQVI.
A Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) destacou-se ao registrar um crescimento de 11,5%, acima da média do mercado, impulsionando o setor.
A Febrafar, representa pequenas farmácias, unidades familiares, que não pertencem a grandes redes. Ela já representa 17,1% do mercado com mais de 16 mil lojas, e vem mostrando um desempenho consistente.
Nos últimos 11 anos, o crescimento médio deste grupo foi 50% superior à média do mercado.
Mudanças no setor farmacêutico
O setor farmacêutico brasileiro passa por transformações importantes, de acordo com Edison Tamascia, presidente da Febrafar. A evolução do Modelo Relacional, com foco no atendimento personalizado, para o Modelo Transacional, centrado nas condições comerciais, marcou uma mudança significativa.
Atualmente, o setor está na era do Modelo Relacional Digitalizado, que combina personalização com tecnologia no relacionamento com o cliente.
Para Tamascia, a digitalização mudou a forma como as farmácias interagem com seus clientes, exigindo adaptação às novas expectativas tecnológicas e comportamentais.
As farmácias estão se transformando em centros de saúde integrados, oferecendo não apenas medicamentos, mas também produtos de higiene, beleza, nutrição e conveniência.
Tendências para o futuro
As principais tendências para o setor farmacêutico incluem a expansão dos canais digitais e serviços de entrega, em resposta à transformação digital. Parcerias estratégicas com indústrias, distribuidores e provedores de tecnologia são vistas como importantes para a competitividade e crescimento das farmácias.
Além disso, o conhecimento aprofundado dos clientes tornou-se crucial para oferecer uma oferta personalizada, atendendo à demanda por conveniência e variedade.
O autosserviço e o bom gerenciamento de categorias, especialmente de medicamentos isentos de prescrição e produtos de higiene e beleza, também são tendências que merecem atenção.
Por fim, o desenvolvimento de marcas próprias é apontado como uma oportunidade para as farmácias se destacarem, oferecendo produtos exclusivos e de qualidade. As mudanças em curso indicam um futuro no qual inovação e adaptação serão chave para o sucesso no varejo farmacêutico.
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