Sociedade
Cenipa finaliza trabalho no local do acidente e Voepass assume para retirada da aeronave
O órgão de investigação de acidente aéreo estima ter um relatório sobre o caso em até 30 dias


O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) finalizou, nesta segunda-feira 12, a primeira parte das investigações para elucidar os motivos da queda do avião da Voepass, em Vinhedo, interior de São Paulo. A aeronave caiu na sexta-feira 9 e vitimou 62 pessoas.
Agora, 72 horas após a queda, a empresa aérea e a seguradora assumem o local do acidente para fazer o recolhimento de objetos pessoais das vítimas e entregá-los às famílias. A companhia também ficará responsável pela remoção total dos destroços do avião. A previsão de conclusão desses trabalhos é de dois dias.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), depois da conclusão da “ação inicial” no local, o Cenipa mantém as investigações para “seguir com o levantamento de outras informações necessárias, a fim de identificar os possíveis fatores contribuintes” para a queda do avião. O órgão prevê divulgar, em até 30 dias, o relatório preliminar sobre as causas do desastre aéreo.
Pouco antes do fim dos trabalhos dessa primeira etapa, o Cenipa também informou que conseguiu extrair todo o conteúdo das duas caixas-pretas retiradas do avião. As informações devem ser parte fundamental do relatório.
Na a manhã desta segunda-feira, em outra frente de trabalho, ao menos 17 vítimas já haviam sido identificadas e alguns corpos foram liberados para sepultamento.
A Força Aérea Brasileira (FAB) será responsável pelo transporte dos corpos das vítimas para a cidade de Cascavel (PR), de onde o voo havia partido.
O que se sabe até agora?
As informações iniciais dão conta apenas do que ocorreu, sem ainda apresentar hipóteses conclusivas para o acidente. Por ora, sabe-se que o avião da Voepass caiu 4 mil metros em cerca de 1 minuto e explodiu ao atingir o solo, em um condomínio residencial no interior paulista.
A aeronave, um modelo ATR-72 fabricado em 2010, estava em condições regulares para operar, segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com todos os certificados de matrícula e aeronavegabilidade válidos.
O ministro da Defesa, José Múcio, chegou a especular publicamente sobre a causa do acidente, tendo citado a formação de gelo nas asas como causa da queda. Ele, porém, recuou após a repercussão do comentário, dizendo se tratar apenas de uma das hipóteses.
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