Esporte

Argelina Khelif, ouro no boxe, apresenta denúncia em Paris por assédio virtual

O advogado indicou que ‘apresentou uma queixa por atos de cyberbullying agravado’ junto à área de combate ao ódio online do Ministério Público de Paris

Argelina Khelif, ouro no boxe, apresenta denúncia em Paris por assédio virtual
Argelina Khelif, ouro no boxe, apresenta denúncia em Paris por assédio virtual
Boxeadora argelina Imane Khelif. Foto: Mohd Rafsan/AFP
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A campeã olímpica de boxe argelina, Imane Khelif, apresentou uma queixa na sexta-feira (10) em Paris por assédio virtual, depois de ter sido vítima de uma polêmica sobre o seu gênero, anunciou o seu advogado Nabil Boudi num comunicado neste sábado (10).

“A boxeadora Imane Khelif, que acaba de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, decidiu travar uma nova luta: a da justiça, da dignidade e da honra”, escreveu Nabil Boudi.

O advogado indicou que na sexta-feira “apresentou uma queixa por atos de cyberbullying agravado” junto à área de combate ao ódio online do Ministério Público de Paris.

“A investigação criminal determinará quem esteve à frente desta campanha misógina, racista e sexista, mas também deve se concentrar naqueles que alimentaram este linchamento digital”, acrescentou.

Para o advogado, “o assédio sofrido pela campeã de boxe ficará como a maior mancha destes Jogos Olímpicos”.

A boxeadora Imane Khelif venceu a final do peso meio-médio (até 66 kg), disputada em Roland Garros, na sexta-feira.

Depois de competir sem alarde em Tóquio-2020, Khelif se viu envolvida em Paris numa controvérsia sobre gênero liderada por círculos conservadores, com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Boxe (IBA) em conflito sobre o tema.

A polêmica começou no ano passado, quando Khelif e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting, também no centro das atenções pelo mesmo motivo, foram desclassificadas do Mundial feminino.

Segundo a FIBA, Imane Khelif não passou em um exame destinado a estabelecer seu gênero. A Federação se recusou a especificar que tipo de exame havia realizado.

O COI defende que a argelina pode participar dos Jogos Olímpicos na categoria feminina.

A polêmica ressurgiu em Paris quando sua adversária no primeiro round, a italiana Angela Carini, abandonou a luta logo no primeiro minuto.

Nas redes sociais, a boxeadora foi vítima de uma campanha de ódio e desinformação, que a apresentava como “um homem que luta contra mulheres”.

“Sou uma mulher forte com poderes especiais. Do ringue, enviei uma mensagem para aqueles que estavam contra mim”, declarou Imane Khelif à imprensa na sexta-feira após conquistar o ouro.

“Sou totalmente elegível para participar, sou uma mulher como as demais. Nasci mulher, vivi como mulher e competi como mulher”, insistiu a boxeadora.

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