Do Micro Ao Macro
Dia dos Pais: A importância de rever a licença paternidade
Rever direitos como a licença paternidade contribui para equidade de gênero e melhor produtividade


Com a chegada do Dia dos Pais, a discussão sobre a ampliação e regulamentação da licença paternidade ganha destaque no cenário legislativo e empresarial brasileiro.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou um prazo de 18 meses para que o Poder Legislativo crie uma regulamentação definitiva para a licença paternidade.
Licença paternidade insuficiente
Rica Mello, especialista em gestão de empresas e fundador do grupo BCBF, afirma que as atuais normas, estabelecidas em 1988, concedem apenas cinco dias de licença paternidade. Ele considera essa medida inadequada para refletir as mudanças nos papéis familiares e na sociedade.
Segundo ele, a falta de uma regulamentação adequada perpetua a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho e afeta negativamente tanto a dinâmica familiar quanto a produtividade empresarial.
Equidade de gênero começa em casa
Para Mello, a equidade de gênero no ambiente corporativo começa com a igualdade de oportunidades e responsabilidades dentro de casa.
Ele acredita que empresas que adotam políticas progressistas de licença paternidade promovem um ambiente de trabalho mais justo e incentivam um maior envolvimento dos pais no cuidado dos filhos, beneficiando o desenvolvimento infantil e a divisão de tarefas domésticas.
Empresa Cidadã
Atualmente, empresas que participam do Programa Empresa Cidadã oferecem uma extensão da licença paternidade para 20 dias.
No entanto, Mello pontua que essa medida ainda é limitada e insuficiente para promover uma real mudança de paradigma.
Estudos indicam que licenças de paternidade mais longas e flexíveis beneficiam as famílias e resultam em maior satisfação e produtividade no ambiente de trabalho.
Papel das empresas
Mello ressaltou que as empresas têm um papel importante na liderança dessa transformação. Implementar políticas internas que vão além do mínimo exigido por lei, oferecer programas de orientação sobre paternidade responsável e criar uma cultura corporativa que valorize o papel dos pais são algumas das medidas que podem ser adotadas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.