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Rússia diz que Ucrânia abre ‘segundo front de guerra’ na África

Governo Putin acusa Zelensky de financiar grupos terroristas que atuam no Mali e no Níger; países africanos cortaram relações diplomáticas com Kiev

Rússia diz que Ucrânia abre ‘segundo front de guerra’ na África
Rússia diz que Ucrânia abre ‘segundo front de guerra’ na África
Os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Ludovic Marin e Grigory Sysoyev/AFP
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A Rússia afirmou nesta quarta-feira que a Ucrânia está abrindo um “segundo front” na África, depois que Mali e Níger cortaram relações diplomáticas com Kiev após denunciar seu apoio a “grupos terroristas”.

“Incapaz de derrotar a Rússia no campo de batalha, o regime criminoso de Volodymyr Zelensky abriu um segundo front na África”, declarou a porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, à agência RIA Novosti.

Zakharova acusou a Ucrânia de “favorecer grupos terroristas em países do continente (africano) próximos a Moscou”.

Rebeldes separatistas do norte do Mali anunciaram que mataram 84 combatentes do grupo mercenário russo Wagner e 47 soldados do governo em julho.

O Mali acusou um funcionário de alto escalão do governo ucraniano de ter admitido o papel de Kiev no ataque e rompeu relações diplomáticas em 5 de agosto.

Segundo uma fonte do governo do Mali, o porta-voz do serviço de inteligência militar ucraniano, Andriy Yusov, teria “admitido a participação da Ucrânia em um ataque covarde, traiçoeiro e bárbaro”, que matou soldados do país africano.

Níger também anunciou na terça-feira o rompimento das relações diplomáticas com a Ucrânia “com efeito imediato”.

O porta-voz do governo do Níger, Amadou Abdramane, disse que o país pedirá ao Conselho de Segurança da ONU que investigue a “agressão” ucraniana no Mali.

Níger e Mali têm governos militares que tomaram o poder em golpes recentes e romperam suas alianças de defesa com a França para estabelecer uma aproximação com a Rússia em busca de ajuda militar.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia afirmou na segunda-feira que o país “adere incondicionalmente às normas do direito internacional” e “rejeita de modo veemente as acusações” do Mali.

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