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PSOL diz ser justa a cobrança por mais transparência na eleição da Venezuela
A direção do partido endossou uma manifestação de Brasil, Colômbia e México pela divulgação das atas


A direção do PSOL divulgou nesta sexta-feira 2 uma nota na qual afirma ser justa a cobrança “por mais transparência” na apuração dos resultados da eleição presidencial na Venezuela.
Nesta tarde, o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano ratificou a vitória de Nicolás Maduro sobre Edmundo Gonzáles Urrutia. Segundo a autoridade eleitoral, o chavista obteve 51,9% dos votos, enquanto o adversário atingiu 43%. A oposição não reconhece o resultado.
O PSOL endossou um comunicado conjunto divulgado por Brasil, Colômbia e México e mencionou “incertezas que rondam o processo eleitoral venezuelano”.
“A proposta de assegurar um acompanhamento internacional independente é justa”, avalia a sigla. “Qualquer medida que possa contribuir para legitimar uma saída que respeite a vontade e a soberania popular e a institucionalidade do país barrando as ameaças golpistas – sempre sustentadas pela direita venezuelana – contará com nosso apoio.”
O texto também condena o bloqueio econômico imposto a Caracas por Estados Unidos e outras potências, uma medida que atingiu principalmente “o povo pobre, privado do acesso a bens e serviços fundamentais”.
A nota sustenta, por fim, que a América Latina “precisa de paz, justiça social, democracia e um projeto de integração soberana e independente”.
Na quinta-feira 1º, os governos de Brasil, Colômbia e México reiteraram uma cobrança à Venezuela pela divulgação das atas da eleição.
“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação“, diz o comunicado. Os países também instam a resolver por vias institucionais as “controvérsias” sobre a eleição.
Os três países signatários são governados por presidentes de esquerda: Lula (PT), no Brasil; Gustavo Petro, na Colômbia; e Andrés Manuel López Obrador, no México.
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