Mundo
Maduro propõe aos EUA ‘retomar o diálogo’ sobre a Venezuela
País não reconheceu a reeleição e apoia as denúncias de fraude da oposição
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs nesta quinta-feira 1º “retomar” negociações com os Estados Unidos, país que não reconheceu sua reeleição e apoia as denúncias de fraude da oposição.
“Sempre dialoguei”, publicou Maduro na rede social X. “Se o governo dos Estados Unidos está disposto a respeitar a soberania e deixar de ameaçar a Venezuela, podemos retomar o diálogo”, acrescentou.
O mandatário socialista, no entanto, condicionou possíveis contatos ao “cumprimento” do memorando de entendimento firmado em setembro do ano passado em negociações diretas entre Caracas e Washington no Catar, em paralelo a um processo de diálogo entre o chavismo e a oposição em Barbados sobre um roteiro para as eleições presidenciais.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse em comunicado, nesta quinta, que há “evidência abundante” do triunfo do candidato opositor Edmundo González Urrutia, que concorreu devido à inabilitação política da ex-deputada María Corina Machado.
Passada a meia-noite de domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos contra 44% de seu principal adversário.
A oposição sustenta que possui cópias de mais de 80% das atas de urna e que González Urrutia obteve 67% dos votos.
Maduro compartilhou uma cópia do memorando de entendimento do Catar.
“Após a realização de eleições presidenciais e a posse do presidente devidamente eleito, os Estados Unidos desbloqueiam os ativos do governo venezuelano atualmente congelados” e “levantam todas as sanções”, indica o documento.
A Casa Branca manifestou disposição para revisar suas sanções contra a Venezuela, que incluem um embargo ao petróleo, ao gás e ao ouro do país sul-americano, se houvesse “eleições livres”.
Após as denúncias de fraude da oposição, protestos têm ocorrido desde a segunda-feira, nos quais pelos menos 11 pessoas morreram, segundo organizações de defesa dos diretos humanos, além de mil prisões.
Maduro responsabiliza María Corina e González Urrutia pela violência e, na terça-feira, disse que eles deveriam “estar atrás das grades”.
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