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Caio Bonfim desabafa sobre preconceito após medalha inédita na marcha atlética: ‘Valeu a pena pagar o preço’

O atleta brasileiro conquistou a prata nesta quinta-feira nos Jogos Olímpicos de Paris

Caio Bonfim desabafa sobre preconceito após medalha inédita na marcha atlética: ‘Valeu a pena pagar o preço’
Caio Bonfim desabafa sobre preconceito após medalha inédita na marcha atlética: ‘Valeu a pena pagar o preço’
Caio Bonfim fez história para o atletismo brasileiro na capital francesa - Foto: Paul Ellis / AFP
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Em meio à intensa celebração pela medalha de prata conquistada nesta quinta-feira 1º na marcha atlética nos Jogos Olímpicos de Paris, o atleta brasileiro Caio Bonfim também fez um desabafo sobre o preconceito sofrido durante toda a carreira na modalidade.

“Um cara me perguntou: ‘foi difícil essa prova?’, falei: ‘não, difícil foi desde o dia que fui marchar na rua pela primeira vez e fui xingado’. E eu falei: ‘eu estou pronto, pai, eu quero ser marchador’. Quando falei isso pro meu pai foi o dia que decidi ser xingado sem problema”, disse o atleta à Cazé TV logo após o fim da prova.

Na marcha atlética, os atletas devem ter pelo menos um dos pés em contato com o solo durante todo o tempo de prova. Além disso, a perna que está em movimento não deve ser flexionada. Com isso, a postura corporal lembra uma espécie de “rebolado”.

“Tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética. Hoje eu sou medalhista olímpico, valeu a pena pagar o preço”, disse, citando atletas brasileiros que participaram de edições anteriores e destacando a importância da família no processo: a mãe, Gianette Bonfim, foi uma das grandes atletas brasileiras da modalidade e chegou a conseguir o índice olímpico para Atlanta 1996, mas não disputou os Jogos.

O brasileiro disse ainda que os sul-americanos passam por dificuldades adicionais no circuito internacional do atletismo. Nesta quinta, a medalha de ouro ficou com outro atleta do continente, Brian Pintado, do Equador – o bronze foi para o espanhol Álvaro Martin. Caio levou uma advertência durante a disputa e criticou a arbitragem.

“Eu sempre sofri com o preconceito. Você vê que na câmera de chamada eles chamam cinco atletas, quatro são europeus, uma prova europeia, e aí tem dois sul-americanos liderando a prova, alguém tinha que tomar falta, mas eu sou brasileiro, não desisto, é na raça”, disse.

Esta foi a quarta participação de Caio nos Jogos Olímpicos. Ele tinha sido o quarto colocado no Rio de Janeiro em 2016. “Fiz um compromisso comigo mesmo: ‘é isso aí que você pode fazer, ficar entre os dez do mundo? É lindo, maravilhoso, muito orgulho, mas você pode mais’. Eu fiz um compromisso comigo”, complementou.

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