Política
Polícia Civil investiga ameaça de morte à deputada Talíria Petrone
No texto há menções ao endereço do seu gabinete, detalhes da sua rotina e da agenda de sua pré-campanha à Prefeitura de Niterói


A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar a ameaça de morte endereçada à deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ). Nesta segunda-feira 29, a parlamentar relatou o caso por meio das redes sociais.
“A investigação está em andamento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e corre sob sigilo”, informou a Polícia Civil.
A ameaça, que continha termos racistas, foi recebida por meio dos e-mails institucionais de seu mandato. A mensagem exigia que a deputada renunciasse da vida pública.
“Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão. Se você não renunciar ao seu mandato de deputada e à sua candidatura a prefeita de Niterói e abandonar a política, eu vou te matar“, diz trecho da mensagem lido pela deputada.
Ela disse também que há menções ao endereço do seu gabinete e detalhes da sua rotina e da agenda de sua pré-campanha à Prefeitura de Niterói.
“Como se não bastasse, cita nominalmente cada um dos meus filhos, o que mexeu muito comigo. Quem é mãe pode imaginar. Estamos acionando todas as autoridades competentes, tomando todas as medidas cabíveis”, disse a parlamentar.
Talíria classificou as ameaças como um ataque à democracia e declarou que a divergência faz parte da política, mas que a violência não pode ser tolerada.
“Tenho um recado muito firme para dar a esse criminoso e a qualquer pessoa que ouse me intimidar, intimidar qualquer mulher na política, qualquer pessoa negra na política: nós não vamos recuar. Nós vamos dobrar nossa força”, afirmou.
Nesta terça-feira 30, o PSOL se manifestou pelas redes sociais. O partido lembrou que não é a primeira ameaça sofrida pela deputada. “Toda nossa solidariedade à Talíria Petrone, que mais uma vez teve que recorrer à Polícia Federal e à Polícia Civil depois de receber nova ameaça de morte”, diz o texto.
Em 2020, a parlamentar chegou a encaminhar uma carta às relatoras de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), denunciando as sucessivas ameaças que vinha recebendo.
(Com informações da Agência Brasil).
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