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Centro Carter, um dos principais observadores da eleição na Venezuela, pede divulgação ‘imediata’ de atas

A organização destacou que os dados das seções eleitorais, conforme transmitidos à CNE, são fundamentais para uma avaliação justa da eleição

Centro Carter, um dos principais observadores da eleição na Venezuela, pede divulgação ‘imediata’ de atas
Centro Carter, um dos principais observadores da eleição na Venezuela, pede divulgação ‘imediata’ de atas
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Juan Barreto/AFP
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Em meio a acusações de fraude por parte da oposição e o alerta de parte da comunidade internacional, um dos principais observadores da eleição na Venezuela, o Centro Carter, chama as autoridades eleitorais venezuelanas a divulgar imediatamente os resultados detalhados do pleito.

A missão técnica do Centro Carter acompanhou a eleição a convite do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, o CNE. Antes da eleição, a entidade esclareceu que não teria condições de fazer “uma avaliação abrangente dos processos de votação, contagem e tabulação”,  e se dedicaria a acompanhar o funcionamento “da estrutura legal nacional, bem como nas obrigações e padrões regionais e internacionais de direitos humanos”.

Segundo o Centro Carter, a divulgação dos resultados detalhados é essencial para garantir a confiança dos venezuelanos na integridade do processo eleitoral. A organização destacou que os dados das seções eleitorais, conforme transmitidos à CNE, são fundamentais para uma avaliação precisa e justa da eleição. Criado pelo ex-presidente americano Jimmy Carter, a entidade acompanha e media processos eleitorais ao redor do mundo.

Na madrugada desta segunda 29, o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor, contabilizando 51,2% dos votos. Mas a oposição alega fraude e reivindica a vitória de Edmundo González, que teve 44,2% na contagem do CNE. A comunidade internacional está dividida: países como a Rússia reconhecem a reeleição de Maduro, enquanto os Estados Unidos e vizinhos como o Chile, o Uruguai e a Argentina expressaram descrença quanto à legitimidade do resultado. O Itamaraty destacou o caráter ‘pacífico’ das eleições na Venezuela, mas também cobrou dados detalhados das mesas de votação.

A oposição denuncia que autoridades de alguns locais de votação se recusaram a divulgar cópias impressas que verificavam a contagem eletrônica de votos. Também houve relatos de intimidação de eleitores e outras irregularidades.

Em coletiva de imprensa, nesta segunda, o procurador-geral Tarek William Saab prometeu apresentar todas as atas eleitorais, mas não especificou uma data. “Os resultados tabela a tabela estarão em breve disponíveis no seu site, como tem sido feito historicamente”, declarou. O chavismo atribui a demora a um suposto “ataque massivo” ao sistema de votação, o que teria atrasado a divulgação de dados detalhados da apuração.

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