Do Micro Ao Macro
Lucratividade e rentabilidade: entenda a diferença desses conceitos
Embora possam parecer sinônimos, suas diferenças são significativas e precisam ser entendidas para otimizar suas finanças


Gerenciar um negócio no varejo envolve compreender diversos fundamentos financeiros. Um dos principais é entender a diferença entre lucratividade e rentabilidade.
Paulo Costa, diretor geral da Farmarcas, destaca a importância de conhecer esses conceitos para a saúde financeira de um negócio.
Lucratividade: definição e importância
A lucratividade está relacionada ao lucro obtido com as vendas após o pagamento de fornecedores e impostos.
“A lucratividade mostra se as vendas dos seus produtos estão gerando lucro de fato”, explica Costa.
Ela é calculada após a cobertura de custos como estrutura, fabricação e impostos, refletindo a porcentagem do faturamento que resta após essas despesas.
Rentabilidade: definição e abrangência
A rentabilidade é um indicador que mostra quanto a empresa rendeu a partir do investimento realizado. “A rentabilidade nos dá uma visão mais completa do retorno sobre o investimento realizado”, acrescentou.
Esse valor é calculado após o lucro bruto cobrir todas as despesas fixas do negócio.
Cálculo de lucratividade e rentabilidade
Para entender esses valores, considere o faturamento total e calcule as porcentagens de cada despesa. Exemplo:
- Faturamento: 100%
- Despesas variáveis: 70% (mercadorias e impostos)
- Lucro bruto: 30%
- Despesas fixas: 20% (folha de pagamento, aluguel, etc.)
- Rentabilidade: 10%
As despesas fixas, como a folha de pagamento, não devem ser muito altas, pois isso pode indicar baixa produtividade da equipe. A situação pode variar conforme o setor do varejo.
Estratégias para melhorar a gestão financeira
Compreender as diferenças entre lucratividade e rentabilidade permite desenvolver estratégias para fortalecer a posição financeira de um negócio. Algumas táticas incluem:
- Margem de lucro por produtos: Analisar as margens de lucro de cada produto. “É vital que os gestores conheçam profundamente as margens de lucro dos produtos para tomar decisões estratégicas”, recomenda Paulo Costa.
- Gestão de estoque eficiente: Um estoque organizado evita perdas financeiras. Ferramentas de gestão de estoque são úteis nesse processo.
- Compras estratégicas: Negociar descontos por volume, prazos de pagamento estendidos e condições de entrega favoráveis. “A habilidade de negociar boas condições comerciais pode fazer uma enorme diferença nos resultados financeiros”, afirma Paulo Costa.
- Fidelização de clientes: Investir em estratégias de marketing e programas de fidelidade. Ações sazonais e descontos progressivos aumentam a frequência de compras. “Clientes fiéis são a base de um negócio sustentável e lucrativo”, enfatiza Paulo Costa.
Essas estratégias ajudam a maximizar a lucratividade e rentabilidade, garantindo um diferencial no mercado e promovendo crescimento sustentável a longo prazo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.