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Morales dá como certa vitória de Maduro, mas teme crise com mortes na Venezuela

O ex-mandatário boliviano evitou comentar as declarações de Lula sobre Maduro

Morales dá como certa vitória de Maduro, mas teme crise com mortes na Venezuela
Morales dá como certa vitória de Maduro, mas teme crise com mortes na Venezuela
Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales. Foto: Fernando Cartagena/AFP
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, triunfará nas eleições de domingo 28, mas um plano está sendo preparado no exterior para alegar que houve fraude, afirma o ex-presidente boliviano Evo Morales, que chega a mencionar uma crise com mortes na Venezuela.

“Maduro está bem, vai ganhar as eleições”, diz Morales, o aliado mais firme do chavismo, em uma entrevista à AFP na cidade de Cochabamba, seu reduto político.

Diferentemente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou Maduro por antecipar um “banho de sangue” se não vencer no domingo, o líder indígena boliviano acredita plenamente na reeleição do presidente venezuelano.

Morales prevê uma “confrontação” derivada de uma suposta estratégia para não reconhecer a vitória de Maduro no domingo.

“O que estão preparando é uma ação internacional para dizer que houve fraude, que houve violência. Ah, e pode haver mortos, claro”, afirma o líder boliviano.

Muito próximo de Lula, o ex-mandatário boliviano de 64 anos evitou comentar as declarações do líder brasileiro sobre Maduro.

Morales acredita firmemente na vitória do atual mandatário venezuelano contra o opositor Edmundo González e nos supostos planos da oposição para provocar uma crise sob o pretexto de fraude. A reeleição de Maduro em 2018 foi rejeitada por Estados Unidos, União Europeia (UE) e diversos governos da América Latina.

O ex-presidente boliviano, que aparece com vários quilos a menos após revelar que passou por 12 operações nos últimos anos, também vê risco de violência em seu país se a Justiça não permitir que se candidate nas eleições presidenciais de 2025.

Morales, que governou entre 2006 e 2019, foi inabilitado por um tribunal superior para buscar um novo mandato, mas o líder do Movimento Ao Socialismo (MAS) busca reverter a decisão para enfrentar o presidente Luis Arce, seu ex-ministro da Economia e atualmente o maior adversário político.

O ex-presidente não esconde sua “decepção” com Arce, a quem considera um traidor. E, embora exalte seu “espírito juvenil”, Morales afirma que, se retornar mais uma vez à Presidência, este será seu último mandato.

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