Política

Lula condena violência contra a mulher dias após piada machista

Lula tenta desvencilhar-se do comentário feito na terça-feira 16, em que relativiza a violência praticada por corintianos

Lula condena violência contra a mulher dias após piada machista
Lula condena violência contra a mulher dias após piada machista
Foto: EVARISTO SA / AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã deste sábado 20, que pretende travar uma “guerra” e focar em ações de combate à violência contra a mulher. As falas ocorrem dias após o presidente fazer uma piada sobre o aumento da violência contra a mulher após jogos de futebol.

A declaração foi dada durante a convenção que formaliza a candidatura de Luiz Fernando (PT) a prefeito em São Bernardo do Campo.

“Tem aumentado muito a violência, a violência contra a mulher é muito grande. E nós vamos fazer uma guerra. Vamos fazer uma guerra”, defendeu Lula durante conferência do Partido dos Trabalhadores em São Bernardo do Campo.  “Um homem que é homem, um homem que tem fé em Deus, que é fraterno, não pode nunca levantar a mão para agredir uma mulher”, complementou.

Lula tenta desvencilhar-se do comentário feito na terça-feira 16, durante uma reunião com o setor da indústria de alimentos no Palácio do Planalto. Na ocasião o presidente afirmou ter ficado triste com a notícia de que a violência contra a mulher aumenta após partidas de futebol.

“Hoje eu fiquei sabendo de uma notícia triste, uma notícia que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois do jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável”, disse Lula. “Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu, mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, completou.

O presidente foi criticado nas redes sociais e acusado de machismo e misoginia por usuários. A Anistia Brasil, organização ligada à defesa dos direitos humanos, destacou que o comentário de Lula ‘normaliza uma tragédia brasileira que deveria preocupar todo mundo, principalmente o presidente’, referindo-se ao fato de que pelo menos 10,6 mil mulheres foram vítimas de feminicídio desde 2015, quando a lei tipificou o crime’.

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