Saúde

Suicídios de PMs superam as mortes por confronto em serviço em 2023

Os dados constam do 18º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira 18

Suicídios de PMs superam as mortes por confronto em serviço em 2023
Suicídios de PMs superam as mortes por confronto em serviço em 2023
Imagem: Rovena Rosa/ABR e Rodrigo Batista/PM/GOVSP
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Pela primeira vez, os casos de suicídio entre policiais militares superaram o número de mortes dos agentes em confronto em serviço ou fora de serviço. Os dados se referem a 2023 e constam do 18º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira 18.

Houve 110 registros de suicídios, ante 46 casos de PMs mortos em confronto em serviço e 61 mortos em confronto ou por lesão não natural fora de serviço (107, ao todo).

No ano passado, houve uma redução de 18,1% no número de policiais civis e militares vítimas de crimes violentos letais e intencionais, em relação a 2022. Por outro lado, a taxa de suicídios de policiais civis e militares da ativa cresceu 26,2% no período.

Somando os dados das polícias Civil e Militar, houve um aumento significativo de suicídios nos estados de São Paulo (80%) e Rio de Janeiro (116,7%), que contam com os maiores efetivos das duas corporações.

A situação é ainda mais grave ao considerar apenas os números de mortes de policiais militares, alertam os pesquisadores. Em Acre, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, os policiais militares morreram mais por suicídio em 2023 do que por confronto na folga ou em serviço.

São Paulo informou 31 casos de suicídio de PMs da ativa no ano passado, ante 19 em 2022. O estado não forneceu registros de policiais civis.

No Rio de Janeiro, foram 13 suicídios de PMs da ativa em 2023, contra 5 em 2022 – segundo os dados oficiais, não houve casos na Polícia Civil no ano passado.

Os pesquisadores, que ainda advertem para uma possível subnotificação dos casos, reiteram a necessidade de investir para melhorar o registro desses casos, além de dar visibilidade aos números e às características do fenômeno, a fim de contribuir com estratégias de prevenção.

“O fato de o número de mortos por suicídio não ser divulgado não significa que o problema não exista”, diz um trecho do estudo. “O silêncio em nada contribui para que comecemos a apresentar soluções e estratégias de enfrentamento a uma questão que, como sabemos, por conta justamente da divulgação dessas informações, é comum a todas as polícias.”

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