Sociedade
E atenção, lá vai o “Centrão”
Após a Copa do Mundo, de volta ao 7 a 1 da dura realidade, o Brasil se reencontra com a várzea das articulações políticas


Superada a ressaca da Copa, em que bêbados patrícios sonhando com Stolichnayas terminaram abraçados à sidra Cereser, eis que se apresenta, como o redivivo 7 a 1 de cada dia, a dura realidade.
A exemplo de um Panamá e Tunísia, Copa Kaiser na União Soviética de Michel Temer, temos agora esse Brasil e Centrão, a peleja entre Deus e o Diabo na terra da skol de milho. Prepara o chá de Boulos, fígado será necessário.
E atenção, lá vai o Centrão, conduz pelo meio, pode abrir na esquerda, mas preferiu a direita, lá vai ele, atenção, pode deixar com o Bolsonaro, tem o Meirelles do lado, mas partiu sozinho, atenção, driblou Ciro Gomes, penetrou, olha o Alckmin pedindo a bola, é pra ele, olha o que ele fez, OLHA O QUE ELE FEZ! GOOOOOOOLLL.
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Por que o Centrão se chama “Centrão”? Isso não deveria pressupor alguma posição ideológica, algum leve pensamento que pairasse entre direita e esquerda? No caso dos achacadores em questão, essa parte fica dispensada. Não é “Centrão”, é “Lá Embaixão”, é a lama, é a lama.
O Centrão é a Geni da política nacional, ele dá pra qualquer um, maldito Centrão. No caso, a Geni ao contrário: é o Centrão que joga bosta na gente.
Junho de 2013, eleição de Eduardo Cunha, o golpe de 2016, e cá estamos outra vez chafurdando no “Centrão”. Pelo tempo de TV, rolamos na lama, em cambalhotas infinitas. Somos todos o Neymar.
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