Mundo
Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido pede cessar-fogo em Gaza
Representante do governo britânico fez a primeira viagem ao Oriente Médio após assumir o cargo


O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, reafirmou seu apelo a um “cessar-fogo” entre Israel e Hamas, durante sua segunda rodada de negociações nesta segunda-feira 15 com os líderes israelenses.
Lammy, que faz sua primeira viagem ao Oriente Médio desde sua nomeação após a esmagadora vitória do Partido Trabalhista nas eleições britânicas de 4 de julho, já havia solicitado o fim das hostilidades durante uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no domingo.
Também se reuniu com o premiê palestino, Mohamed Mustafa, a quem solicitou a reforma da Autoridade Palestina presidida por Mahmud Abbas, informaram autoridades britânicas.
“Espero de cheguemos logo a um cessar-fogo e que possamos mitigar o sofrimento e as intoleráveis perdas de vidas humanas que estamos vendo atualmente em Gaza”, declarou Lammy à imprensa, na presença do presidente israelense, Isaac Herzog.
Sobre o “trauma de 7 de outubro”, o ministro afirmou que o grupo islamista palestino Hamas deve libertar os reféns sequestrados durante o seu ataque a Israel que desencadeou a atual guerra em Gaza.
Herzog declarou, por sua vez, que os mais de 100 reféns ainda em Gaza, “em circunstâncias terríveis e em perigo de morte”, eram a principal preocupação de Israel.
“Trabalhamos incansavelmente para tirá-los de lá. Espero sinceramente que em breve haja um acordo sobre os reféns, é um passo muito importante”, afirmou.
Um alto funcionário do movimento islamista declarou no domingo que o grupo havia interrompido as negociações com os mediadores internacionais devido aos recentes ataques de Israel em Gaza e à sua atitude em relação às discussões.
Israel não comentou estas declarações.
O Hamas declarou estar disposto a retomar as negociações se Israel “levar a sério a conclusão de um acordo de cessar-fogo e de um acordo de troca de prisioneiros”.
Lammy também fez um apelo à aceleração da entrega de ajuda. Durante a sua visita, indicou que 680 toneladas de ajuda britânica aguardavam para entrar na Faixa de Gaza.
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