Mundo
Justiça alemã anula demissão de jogador por publicação pró-Palestina
Demissão aconteceu após o atleta postar nas redes sociais uma mensagem com a frase “do rio ao mar, a Palestina será livre”


Um tribunal alemão anulou, nesta sexta-feira 12, a demissão do jogador de futebol holandês Anwar El Ghazi, cujo contrato com o Mainz 05 foi rescindido em novembro de 2023 por conta de uma mensagem publicada nas redes sociais sobre o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza.
A demissão, que foi feita “excepcionalmente” e “sem aviso prévio”, foi anulada, indicou um tribunal de Mogúncia, cidade no oeste da Alemanha, em um comunicado.
O jogador holandês denunciou a demissão e o congelamento de seu salário, uma decisão que o clube tomou depois que o atleta postou nas redes sociais uma mensagem com a frase “do rio ao mar, a Palestina será livre”.
O tribunal considerou que a demissão não era justificada, pois sua mensagem estaria protegida pela “liberdade de expressão”.
O Mainz 05 terá que indenizar o jogador holandês em pelo menos 1,5 milhão de euros (8,9 milhões de reais), além de reintegrá-lo ao elenco do clube, informou a agência alemã SIF, afiliada da AFP.
El Ghazi expressou sua solidariedade aos palestinos com uma expressão que alguns consideram um apelo à destruição do Estado de Israel.
Quando a polêmica começou, o clube anunciou que o jogador seria reintegrado, após ter retificado suas declarações em conversas com a diretoria.
O tribunal do Mainz não se posicionou sobre essa publicação, mas sobre uma outra posterior, na qual o jogador assegurava “que não tinha arrependimento e nenhum remorso” sobre sua primeira mensagem.
O conflito em Gaza eclodiu em 7 de outubro, quando militantes islamistas mataram 1195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.