Mundo

Suprema Corte dos EUA examinará lei que proíbe tratamento hormonal para menores transexuais

A legislação entrou em vigor no estado conservador do Tennessee

Suprema Corte dos EUA examinará lei que proíbe tratamento hormonal para menores transexuais
Suprema Corte dos EUA examinará lei que proíbe tratamento hormonal para menores transexuais
A Suprema Corte dos EUA. Foto: Jim Watson/AFP/Getty Images
Apoie Siga-nos no

A Suprema Corte dos Estados Unidos concordou, nesta segunda-feira 24, em examinar pela primeira vez o tema do tratamento aos menores de idade transexuais, que divide profundamente a sociedade americana.

Especificamente, a Corte analisará se uma lei adotada pelo estado conservador do Tennessee é constitucional.

Essa legislação, confirmada por um tribunal federal de apelações, proíbe menores que não se identifiquem com o gênero do nascimento de ter acesso a medicamentos que retardam as mudanças da puberdade, a tratamentos hormonais e a cirurgia de redesignação sexual.

A família de um menor do estado, apoiada por organizações de direitos humanos e pelo governo do presidente democrata Joe Biden, recorreu à Suprema Corte por considerar que a lei é discriminatória.

Na próxima sessão, entre outubro deste ano e julho de 2025, a Corte examinará se a lei viola uma disposição da 14ª Emenda da Constituição, que exige que os estados concedam proteção igualitária perante a lei a todos os cidadãos.

Em processos judiciais de fevereiro, a consultora jurídica do governo Biden, Elizabeth Prelogar, citou o “consenso médico esmagador a favor do tratamento” de adolescentes transgêneros.

O Tennessee, por sua vez, alega que as “sequelas potencialmente irreversíveis” das intervenções hormonais ou cirúrgicas causaram uma “explosão no número de diagnósticos de disforia de gênero”.

A disforia de gênero refere-se ao estado de sofrimento que crianças ou adolescentes vivenciam pela falta de correspondência entre sua identidade de gênero e o gênero que lhes foi atribuído ao nascer.

Em abril, a Suprema Corte, de maioria conservadora, permitiu que uma proibição estatal semelhante entrasse em vigor em Idaho, enquanto os recursos judiciais continuam.

De acordo com a lei de Idaho, os profissionais médicos que oferecem tratamentos a menores, que incluem bloqueadores da puberdade, terapia hormonal ou cirurgia, podem pegar até 10 anos de prisão.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo