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Irã diz que vai ignorar novas sanções dos EUA
As novas medidas entraram em vigor e ferem o acordo de 2015


Seis meses depois de se retirar do acordo nuclear com o Irã, os Estados Unidos adotaram nesta segunda-feira 5 novas sanções contra o país, que limitam a exportação de petróleo.
O governo iraniano declarou que vai ignorar as medidas, consideradas ilegais por terem sido tomadas fora do acordo assinado em 2015.
Os Estados Unidos vão retaliar entidades ou empresas estrangeiras que continuarem a comprar petróleo iraniano ou se relacionando com os bancos do Irã, bloqueando o acesso ao mercado americano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, busca obter um acordo bilateral com o Irã similar ao negociado com a Coreia do Norte. Ele deu diversos sinais de que está disposto a se reunir com os dirigentes iranianos.
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O governo americano impõe 12 condições para assinar um acordo global com o país. Entre elas estão restrições mais firmes e duradouras relacionadas ao programa nuclear, o fim da proliferação de mísseis balísticos e das atividades consideradas “desestabilizadoras” de Teerã em países vizinhos.
Para obrigar o Irã a cumprir as suas condições, o governo americano pretende impor as sanções “mais fortes da história”. São esperadas novas medidas punitivas nos próximos meses.
Embora as principais grandes empresas estrangeiras tenham optado por abandonar o Irã, o efeito da proibição de exportação do petróleo iraniano ainda é difícil de avaliar.
Em um discurso na tevê, o presidente iraniano, Hassan Rohani, disse que o Irã continuará a exportar petróleo e vai ignorar as sanções. “Os americanos querem reduzir a ‘nada’ as vendas de petróleo iraniano, mas nós continuaremos a comercializá-lo”, disse o chefe de Estado.
O Irã disse estar “em contato permanente com os signatários do acordo de Viena”, assinado em julho de 2015, sobre seu programa nuclear. O país foi autorizado a desenvolver a energia nuclear para fins civis. Rohani diz que a adoção de um mecanismo que permitirá dar continuidade ao comércio com a UE “levará tempo”.
A maior parte das sanções contra o Irã, terceiro exportador mundial de petróleo, foram suspensas no início de 2016 depois da assinatura do acordo.
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