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Simone Tebet alfineta Campos Neto por jantar com Tarcísio de Freitas

Para a ministra, Campos Neto precisa conter as ‘pretensões políticas’ enquanto ainda é presidente do Banco Central

Simone Tebet alfineta Campos Neto por jantar com Tarcísio de Freitas
Simone Tebet alfineta Campos Neto por jantar com Tarcísio de Freitas
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, alfinetou, em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. A crítica ocorre poucos dias após o banqueiro participar de um jantar promovido pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo.

Para a ministra, Campos Neto precisa conter as ‘pretensões políticas’ enquanto ainda é presidente do Banco Central. As declarações foram publicadas nesta sexta-feira 14.

“Quando falo de autonomia [do BC], estou falando dos dois lados, inclusive do próprio presidente Roberto Campos Neto, que tem de entender que, por enquanto, ainda é presidente do Banco Central — que nós aprovamos, com o meu voto, que é autônomo”, iniciou Tebet.

“Se sempre se reclama da fala da equipe econômica ou do governo sobre o juro cair mais rápido, então a mesma crítica vale agora para o presidente do BC. Até o fim do ano ele é presidente do BC. Que ele leve isso em consideração, independentemente de ter quaisquer pretensões políticas futuras ou mesmo imediatas“, emendou a ministra.

No jantar, conforme registram diferentes veículos de imprensa, Campos Neto teria dito a Tarcísio que aceitaria ser o ministro da Fazenda caso o governador se candidate e vença a disputa pelo Planalto em 2026. Tarcísio tem sido apontado como o principal herdeiro dos votos do inelegível Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Tebet, essas declarações políticas do banqueiro deterioram a credibilidade do Banco Central.

“A questão protocolar [de participar do jantar] não é um problema institucional. Não acho que tenha de ser interditado nenhum ambiente para autoridades públicas no Brasil. Não acho que o ministro Haddad não possa falar com o banqueiro ou que não possa estar em um determinado jantar. Mas é a forma como a gente se comporta, aquilo que a gente externaliza que é levado em conta”, finalizou Tebet.

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