Do Micro Ao Macro

Mais de 10 milhões de mulheres são protagonistas no cenário empreendedor brasileiro

Relatório da McKinsey indica que equipes diversas têm 30% mais chances de resolver problemas e inovar, além de obter melhores resultados financeiros

Mais de 10 milhões de mulheres são protagonistas no cenário empreendedor brasileiro
Mais de 10 milhões de mulheres são protagonistas no cenário empreendedor brasileiro
Mulheres empreendedoras passam de 10 milhões no Brasil
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Apesar dos desafios, o empreendedorismo feminino continua crescendo no Brasil. Dados do Sebrae revelam que mais de 10 milhões de mulheres estão à frente de negócios no país, representando cerca de 30% do total de empreendedores.

No entanto, essa proporção ainda é pequena diante das dificuldades que essas mulheres enfrentam, como a falta de acesso a fóruns decisórios, recursos financeiros limitados e redes de contatos restritas. Além disso, estereótipos de gênero persistem e criam barreiras significativas.

“Embora o empreendedorismo feminino seja um motor para o desenvolvimento econômico e social, a velocidade desse avanço ainda não é suficiente para uma mudança estrutural significativa”, afirma Alline Goulart, diretora da Semente Negócios. Ela observa que muitas organizações ainda focam em resultados de curto prazo e não possuem planos consistentes de diversidade, o que impede a experimentação de novos métodos de trabalho e uma visão clara de inovação a longo prazo.

Essas dificuldades afetam diretamente a vida de muitas mulheres, que muitas vezes optam por não assumir novas funções ou se candidatar a vagas por falta de suporte adequado. Além disso, uma parcela significativa de mulheres se dedica a tarefas domésticas e ao cuidado dos filhos, sem que isso seja contabilizado no mercado de trabalho. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) aponta que uma melhor divisão das tarefas de cuidado poderia aumentar o PIB regional em 6,9% entre 2016 e 2030.

Mudanças estruturais também impactariam positivamente o desempenho das empresas. Um relatório da McKinsey indica que equipes diversas têm 30% mais chances de resolver problemas e inovar, além de obter melhores resultados financeiros. Empresas com diversidade de gênero em suas equipes executivas têm 34% mais chances de serem lucrativas.

“Esses dados sublinham a importância de políticas e práticas que promovam a equidade de gênero nas organizações”, reforça Alline. Ela destaca a eficácia de iniciativas que incentivam a educação empreendedora, políticas públicas inclusivas, programas de aceleração de negócios liderados por mulheres, e a criação de redes de apoio. Fundos de investimento específicos e programas de inclusão da diversidade em todas as camadas das empresas também são importantes para fomentar um ambiente mais equitativo e produtivo.

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