Mundo
Extrema-direita da Áustria quer um comissário europeu para a ‘remigração’
Embora não seja aplicável no estado atual da lei, visa a expulsão em massa de estrangeiros e a obrigação de assimilação para cidadãos naturalizados


O partido de extrema-direita da Áustria FPÖ exigiu nesta terça-feira 11 a possibilidade de nomear um comissário europeu para a “remigração”, após a sua vitória nas eleições europeias, nas quais ficou em primeiro lugar.
“O que observei nas últimas semanas durante a campanha é que, acima de tudo, precisamos de uma política de migração razoável, que a remigração é necessária”, declarou o secretário-geral do partido, Christian Hafenecker, em coletiva de imprensa. “Precisamos de um comissário de remigração.”
O FPÖ, que esteve no governo três vezes no passado com os social-democratas e os conservadores, atribui a si o crédito deste conceito controverso.
Embora não seja aplicável no estado atual da lei, visa a expulsão em massa de estrangeiros e a obrigação de assimilação para cidadãos naturalizados.
Em novembro de 2023, o chefe do partido austríaco, Herbert Kickl, declarou abertamente pela primeira vez que queria remover a nacionalidade e expulsar os austríacos de origem estrangeira “que se recusam sistematicamente a se integrar”.
Na vizinha Alemanha, uma reunião organizada com membros da extrema-direita AfD sobre o assunto provocou protestos massivos.
O FPÖ, partido fundado por antigos nazistas, saiu vencedor nas eleições europeias realizadas no domingo, com 25,4% dos votos, uma vitória sem precedentes.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.